Isto foi declarado pelo cônsul da ilha caribenha no estado brasileiro de São Paulo, Pedro Monzón, durante uma extensa entrevista publicada pelo jornal Estado de São Paulo.
Ele denunciou o fato de que Washington ‘está acostumado a aplicar sanções a outros países’ e tem usado várias contra Cuba. ‘Durante o período de (ex-presidente Donald) Trump, houve mais de 240. Agora (Joe) Biden está trilhando o mesmo caminho.
A este respeito, Biden prometeu que ‘enfraqueceria o bloqueio e seguiria a política de (Barack) Obama, mas ele está aumentando as sanções’, advertiu Monzón.
Retificou a palavra embargo, que é uma medida econômica limitada, e a chamou de um bloqueio, um cerco, ‘uma medida que afeta as relações entre nossos países, mas é extraterritorial, afeta qualquer país do mundo’.
Segundo o diplomata, a ilha enfrenta ‘muito mais do que um embargo, é um ato de guerra, como foi a invasão da Baía dos Porcos em 1961’. Em seis décadas desde o triunfo da Revolução (cubana) e o início do bloqueio, perdemos bilhões de dólares.
Entre abril de 2019 e março de 2020, o prejuízo de Cuba excedeu cinco bilhões de dólares. Nos últimos cinco anos, ele totalizou mais de 17 bilhões, disse o funcionário.
Reiterou que ‘o bloqueio é terrível, nada pode ser feito’. Economicamente, socialmente e politicamente. Os investimentos são bloqueados e são tomadas represálias contra aqueles que pretendem investir em Cuba’.
E quando se compara o peso econômico de Cuba com o dos Estados Unidos, o poder é escolhido por razões práticas. ‘Somos perseguidos economicamente, não temos acesso a nenhum financiamento’, disse ele.
Para o cônsul, ‘Cuba tem coisas que são inexplicáveis apesar do bloqueio, como seu sistema educacional e justiça social…. Desenvolvemos uma boa biotecnologia e a vacina (contra a Covid-19) é o mais recente exemplo disso. Temos medicamentos contra o câncer, hepatite B, entre outros’.
‘O bloqueio afeta tudo, você não pode ter um programa de desenvolvimento’. O que eles querem é nos destruir, não é uma medida administrativa’, observou ele.
Sobre os recentes acontecimentos na ilha, Monzón respondeu que os EUA estão manipulando o que aconteceu.
‘Houve manifestações limitadas, as maiores tinham pouco mais de cem pessoas’. E o presidente (Miguel Díaz-Canel) foi aos lugares para conversar com o povo. Um incidente ocorreu em 11 de julho. Desde então, Cuba permaneceu calma e as massas tomaram as ruas para defender a Revolução, inclusive os jovens’, enfatizou.
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