Uma reflexão categórica, mas muito realista, oferecida à Prensa Latina pelo renomado escritor e jornalista espanhol Gustavo Egusquiza, especialista em turismo de alto padrão.
‘Esta é uma crise que ninguém podia prever, os países ocidentais não prestaram atenção suficiente a ela e quando o coronavírus apareceu, eles encontraram-se desprevenidos e despreparados’, disse ele.
Egusquiza, de origem basca, lembrou que no ano passado a chamada indústria sem chaminés sofreu um colapso de 46% e um prejuízo de 13 bilhões de dólares.
Nos próximos anos, o setor enfrentará mudanças profundas, como o surgimento da inteligência artificial e da digitalização. Este é o momento ideal para repensar as estratégias da indústria do turismo e se preparar para as mudanças que virão, explicou.
A outra pergunta da Prensa Latina sobre as perspectivas dos viajantes, as opções de hospedagem e lazer, o especialista, formado pelas Universidades de Edimburgo e Oxford, destacou que os turistas ‘estão cada vez mais conscientes da sustentabilidade e do cuidado com o meio ambiente’.
‘Portanto, as empresas de turismo não terão escolha a não ser adaptar suas estratégias a essas novas mudanças e demandas. Em suma, reinvente-se ou morra’, declarou.
Nesse sentido, ele especificou que o perfil do viajante mudou muito nos últimos anos.
‘Os destinos das grandes cidades com acomodações sofisticadas já não atraem tanto turistas com esse perfil. Agora entram em jogo lugares remotos que oferecem experiências únicas’, acrescentou.
Sobre as tendências que podem predominar no curto e médio prazo, disse que a projeção indica que a privacidade e as praias, a natureza e as viagens em família são privilegiadas.
‘De certa forma, a Covid-19 reforçou a tendência em que prevalece a segurança e o isolamento’, acrescentou.
Em relação à relevância da vacina para reforçar um ambiente mais saudável e tranquilo para os viajantes, Egusquiza valorizou que é um elemento substancial.
‘Uma pessoa vacinada pode ser infectada e transmitir Covid-19, mas ao mesmo tempo as vacinas demonstraram sua eficácia na redução de sua transmissão’, disse ele.
Sobre o mesmo tema, mas na perspectiva das ameaças, o analista disse que o surgimento de uma nova doença é uma questão de tempo e ‘pode ser que os governos implementem estratégias de detecção, cooperação internacional e prevenção de forma mais eficaz’.
ga / ft / cm