Segundo destacou o responsável ontem no Conselho de Segurança, a comunidade internacional não deve abandonar o povo dessa nação eurasiática neste momento de grande necessidade.
‘As Nações Unidas permanecerão em território afegão e cumprirão seu compromisso de apoiar o povo’, enfatizou Guterres em uma reunião de emergência desse órgão convocada depois que o Talibã assumiu o controle de Cabul.
‘A comunidade internacional deve unir-se e agir a uma só voz para defender um governo inclusivo no Afeganistão e o respeito pelos direitos humanos em geral, e pelos direitos das mulheres em particular’, disse o diplomata português à imprensa.
Ele também destacou que é urgente garantir que o terrorismo não tenha mais abrigo naquele país e para isso é necessária a unidade do Conselho de Segurança.
Por sua vez, o Conselho emitiu uma declaração na segunda-feira a favor da criação de um novo governo no Afeganistão, que inclui diferentes setores da população, como as mulheres.
Segundo o documento, esse conflito só pode ser resolvido por meios políticos e de forma a se garantir os direitos de todas as pessoas.
‘Nem o Talibã nem qualquer outro grupo afegão deve apoiar terroristas que atuam no território de qualquer outro país’, disse o comunicado, ressaltando que este território não deve representar uma ameaça para outros estados.
Na segunda-feira, o movimento Talibã declarou o fim da guerra depois que seus combatentes entraram em Cabul e o presidente Ashraf Ghani deixou o país.
Quase 20 anos depois de entregar o poder após uma invasão liderada pelos EUA, o grupo recuperou o controle da maior parte do Afeganistão, e analistas veem a ofensiva relâmpago como uma derrota militar dos EUA. Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi firme na decisão de retirar totalmente as tropas, apesar do país eurasiático estar em piores condições do que em outubro de 2001, quando Washington o invadiu.
Centenas de pessoas estão tentando deixar o território e teme-se que isso tenha fortes impactos regionais.
Segundo a ONU, este ano quase 360 mil afegãos foram deslocados pelo conflito e, desde o início da guerra, já houve vários milhões de refugiados, mais de 150 mil civis mortos e muitos feridos.
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