Embora seu voo com o cosmonauta soviético Yuri Romanenko a bordo da Soyuz 38 o tenha tornado mundialmente famoso, sua visita subsequente à chamada Ilha das Espécies, a convite do então primeiro-ministro Maurice Bishop, é pouco conhecida.

Aos 39 anos, em março de 1981, participou em uma delegação cubana de alto nível às comemorações do segundo aniversário do triunfo da Revolução de Granada, onde foi aclamado com entusiasmo por milhares de granadinos.

Como correspondente da Prensa Latina, tive a sorte de acompanhar aquela delegação a bordo de um pequeno avião, um An-22, de Havana a São Jorge e, posteriormente, as várias de suas atividades naquele país do Caribe Oriental.

Durante a maior parte do vôo, Tamayo Méndez, piloto de combate e coronel das Forças Armadas Revolucionárias, insistiu que o deixassem pilotar o navio, ainda que por pouco tempo, já que voar era seu sonho de criança em sua terra natal, Guantánamo, quando – Ele disse – ele viu aviões decolarem e pousarem na base naval vizinha estadunidense.

Por alguma razão médica, relacionada aos efeitos da ausência de gravidade, a pilotagem de aviões era então proibida a todos os cosmonautas e astronautas do mundo e os cubanos não seriam exceção.

Mas, Tamayo Méndez insistiu e os pilotos do An-22 tiveram que permanecer firmes na recusa, apesar da alta posição do demandante.

No final, o primeiro cosmonauta latino-americano e caribenho (então o nono no mundo a explorar o espaço), não conseguiu manejar o avião, mas continuou a curtir a viagem a Granada, contando até anedotas que animaram o voo, apesar de um breve turbulência, causada por uma tempestade tropical.

Em Granada, crianças, idosos, homens e mulheres, todos – incluindo as autoridades granadinas e os convidados para o aniversário – quiseram aproximar-se e cumprimentar Tamayo Méndez, que lhes contou a sua experiência no Espaço, onde participou numa vintena de trabalhos científicos.

Com intensa carreira na aviação militar cubana, o atual Herói da República de Cuba e Brigadeiro-General, foi deputado à Assembleia Nacional do Poder Popular, entre outros cargos militares e políticos que ocupou.

A viagem a Granada, primeiro país que visitou depois de voltar a Cuba, foi registrada em um pequeno documentário do diretor cubano Eduardo de la Torre, que merece ser resgatado para lembrar o grande impacto que esse feito espacial teve na região.

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