23 de November de 2024
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Política ambiental brasileira contribui para o aquecimento global

Política ambiental brasileira contribui para o aquecimento global

Brasília, 15 out (Prensa Latina) Os compromissos climáticos do Brasil hoje são insuficientes para ajudar a combater o aquecimento global e mantê-lo dentro do limite de 1,5 graus Celsius e, ao contrário, contribuir para o fenômeno, de acordo com o Relatório de Transparência Climática.

O relatório diz que, se totalmente implementadas, as políticas nacionais atuais estariam alinhadas com um aquecimento de três graus Celsius.

O desmatamento é responsável por quase metade das emissões do Brasil (44%), de acordo com dados do Sistema de Estimativa de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa, uma iniciativa do Observatório do Clima que realiza estas medições.

Neste caso, as consequências são várias. Exposição a impactos elevados, com maior intensidade de secas, ondas de calor mais frequentes, mais dias com temperaturas acima de 35 graus Celsius e precipitação reduzida.

Tal combinação de efeitos é negativa para a saúde humana e o agronegócio, o que influencia diretamente o Produto Interno Bruto do Brasil.

O relatório, que estuda as economias do G-20 para verificar como elas estão lidando com a mudança climática, também aponta que o Brasil aumentou sua temperatura média em 2,5 graus Celsius nas regiões costeiras entre 1901 e 2012 devido à mudança climática.

Além disso, a pesquisa destaca que em 2008, o país estabeleceu metas ambiciosas para reduzir o desmatamento no Plano Nacional sobre Mudança Climática, que visava reduzir o desmatamento em 80 por cento até 2020.

O período de referência foi de 1996 a 2005. Entretanto, de acordo com o texto, embora a taxa de desmatamento tenha sido baixa em 2012, ela aumentou gradualmente desde então. E voltou a subir rapidamente durante a pandemia de Covid-19.

O documento também adverte que o governo do Presidente Jair Bolsonaro eliminou ‘muitas proteções ambientais para as florestas’, e para piorar a situação, os incêndios estão aumentando, como os que têm ocorrido na Amazônia e no Pantanal.

No gigante sul-americano, não é apenas o desmatamento que está chamando a atenção das autoridades. As fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE) contribuem para o desempenho do Brasil.

As emissões de GEE do país, excluindo a mudança no uso da terra, subiram para 79% (1990-2018).

Vale lembrar que este cenário surgiu na véspera da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), a ser realizada no final do mês na Escócia, e o mundo está especulando sobre o que o Brasil deve mostrar no evento.

Recentemente, a Coalizão Brasileira para o Clima, Florestas e Agricultura enviou uma carta ao governo pedindo metas ampliadas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e diminuir o desmatamento ilegal.

jha/ocs/vmc

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