Do local onde foi celebrada a primeira missa e surgido o primeiro conselho municipal, os habitantes da antiga Villa San Cristóbal de la Habana tocaram a casca da árvore como uma revelação do novo vigor que rodeia a cidade, apesar dos desafios impostos pela Covid-19.
Sob o lema Leal a Havana, a Oficina do Historiador (OHC) homenageia o compromisso de continuidade professado ao eterno administrador que foi Eusebio Leal Spengler, em seus esforços para fazer crescer a capital cubana.
Tradição e contemporaneidade se unem neste aniversário em que a Cidade Maravilha abraça a nova normalidade e mostra seu renovado e visível encanto na reabilitação realizada ao longo do circuito de parques, praças e edifícios patrimoniais do Centro Histórico de Havana.
Com uma paixão comum pela salvaguarda do patrimônio, o OHC executou as obras culturais e sociais concluídas no ano passado, como o Museu de Marionetes El Arca e a sala Hipólito Hidalgo de Caviedes, ao apresentar projetos de museu para o Monumento à Prisão Real de Havana e o Museu Castillo de La Real Fuerza.
Outra de suas conquistas resultou na ativação de múltiplas plataformas virtuais que estimularam o intercâmbio com o público assíduo a projetos tão louváveis como Rotas e Andares, ao mesmo tempo em que promoveu um aplicativo digital denominado Camino Leal para público especializado, que promove o turismo acessível, inclusivo e solidário.
A iniciativa, desenvolvida pela Agência de Viagens San Cristóbal de La Habana em conjunto com o projeto do Centro Nacional de Superação da Pessoa Surda e da Universidade de Havana, faz parte do bojo de iniciativas voltadas para todos os cidadãos e demonstra a criatividade dos gerentes do museu e da biblioteca.
Hoje, são muitos os desafios e planos voltados para a comunidade. Os especialistas do OHC pensam em sua cidade, em seu povo e em sua memória histórica, e reafirmam a frase de Leal Spengler “(…) é importante que as pessoas sintam o orgulho de Havana, cuja história o merece”.
Nesta linha de trabalho, o OHC não se contenta em percorrer as rotas estabelecidas e inaugura a Sala de Atendimento ao Cidadão, localizada no Convento de Belém; o edifício residencial Las Maravillas localizado na Plaza del Cristo; o mural de azulejos portugueses exposto no Parque Simón Bolívar, bem como as novas divisões da própria casa que leva o nome do Doutor em Ciências Históricas.
Para a ocasião, a Casa Eusebio Leal Spengler abre as suas portas com a exposição Três voltas à ceiba: revelações de um mito fundador (em português) que reúne múltiplas evidências para compreender as origens deste festival.
Durante o dia, a rua de madeira da Plaza de Armas adorna seus paralelepípedos para homenagear um dos mais brilhantes intelectuais cubanos de sua época, cuja presença ainda vive em todos os cantos da cidade em franca obediência à frase do poeta Fina García-Marruz, “quando os homens se esquecem, as pedras ainda se lembram”.
As celebrações pelos mais de cinco séculos da capital de todos os cubanos se encerram com a exibição do documentário da equipe audiovisual do OHC sobre a obra de restauração do Capitólio, prevista no emblemático Teatro Martí.
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