Segundo esta organização não governamental de defesa dos direitos humanos, o incidente ocorreu no último domingo na aldeia de Sabana Larga, município de Sácama, departamento de Casanare, quando um grupo de homens agrediu uma família. A Ouvidoria emitiu um alerta precoce no qual alertou sobre ameaças de diferentes atores armados a camponeses, líderes, entre outros.
Além das próprias pressões pela presença dos grupos armados, oferecem violentamente ‘segurança’ aos moradores e com isso exigem silêncio e restrições.
O grupo criminoso Autodefesas Gaitanistas de Colômbia, uma das frentes do Exército de Libertação Nacional, assim como a Quarta Divisão do Exército, atuam na área, informou a Ouvidoria.
Ontem, o Observatório de Direitos Humanos e Conflitos da Indepaz confirmou que em 2021 168 líderes sociais e defensores dos direitos humanos foram assassinados na Colômbia e, deles, 26 eram mulheres.
Com essas mortes, um total de 1.283 líderes foram assassinados desde a assinatura do Acordo de Paz em 2016, até o momento, e a maioria desses crimes, 885, foram cometidos durante o atual governo do presidente Iván Duque.
Por outro lado, o relatório revela que este ano ocorreram no país 92 massacres no total em que morreram 326 pessoas e o mais grave foi o perpetrado a 31 de Maio em Algeciras, departamento de Huíla, com um saldo de nove mortos em fotos em uma fazenda na zona rural. Agora é acrescentado o que foi perpetrado naquele domingo, onde mais três pessoas morreram.
Para Leonardo González, responsável pelo Observatório de Indepaz, a continuidade desse tipo de eventos na Colômbia se deve à resposta equivocada do Governo Nacional. “O grupo armado não está sozinho, faz parte de uma macrocriminalidade, de interesses econômicos e políticos, e quando o Ministério Público, o Governo ou o Ministério da Defesa pretende atacar apenas uma parte dessa macrocriminalidade, essa resposta é ineficaz”, ele explicou.
Onde estes casos ocorrem, fica evidente a falta de implementação do Acordo de Paz, em particular do Ponto 4, sobre as drogas ilícitas, que, ao não implementá-lo, mantém o crescimento das safras e garante a presença de grupos armados, acrescentou.
Quanto aos assassinatos de ex-guerrilheiros este ano foram 48, deles quatro mulheres, cifra que mostra uma redução de cerca de 35%, mas continuam sendo um problema para os signatários da paz reincorporados à vida civil.
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