O sindicato Sutel interpôs liminar para suspender medida contida nos 135 artigos da Lei de Urgente Consideração (LUC) até o resultado de um referendo de revogação convocado para 27 de março.
Daí a urgência da coalizão governista em impor seu polêmico projeto de serviço, de acordo com as vozes críticas da oposição.
Com a portabilidade imposta, os clientes de telefonia móvel poderão mudar de operadora mantendo o mesmo número de telefone, o que para a Sutel beneficiará diretamente as empresas privadas Claro e Movistar
Estudos anteriores determinaram que a estatal de telefonia perderá, no melhor dos casos, 123 milhões de dólares e, no pior, 425 milhões, quando começar nesta data a manobra para favorecer os citados concorrentes.
Outros dados expostos indicavam a subtração de 11% do mercado de telefonia móvel da Antel e que 7 % dessa fatia irá para a Movistar e 4% para a Claro.
Segundo a revista Caras y Caretas, o presidente do país, Luis Lacalle Pou, sabe desse resultado previsível e atribuiu “esse desejo de beneficiar os operadores privados e prejudicar a empresa uruguaia à arrogância e irresponsabilidade”.
A mídia popular argumentou que os setores mais direitistas do Partido Nacional no poder têm pouco tempo para fazer o que não conseguiram entre 1990 e 1995 sob a presidência de Luis Lacalle Herrera em referência às tentativas fracassadas de privatizar as principais entidades de serviços.
Censurou que querem destruir o Estado que o então presidente e líder histórico do Partido Colorado, José Battle, construiu no início do século passado, e ainda o atual líder da formação, Julio María Sanguinetti, e sua “camarilha ” apoiam os atuais planos de privatizações.
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