“É de vital importância que as Nações Unidas e seus parceiros continuem a cumprir suas obrigações no terreno”, disse ele em uma declaração.
Qualquer solução deve vir do envolvimento direto e da escuta atenta de todos aqueles afetados pela crise atual, e as vozes dessas pessoas devem ser ouvidas e amplificadas, disse Guterres na declaração emitida no dia anterior.
Amanhã será o primeiro aniversário do golpe militar no Myanmar, que resultou na prisão da conselheira de estado Aung San Suu Ky e na dissolução do governo civil, ele lembrou.
Neste contexto, Guterres expressou solidariedade com o povo do território e suas aspirações democráticas por uma sociedade inclusiva e a proteção de todas as comunidades, incluindo a minoria Rohingya.
As forças armadas e todas as partes interessadas devem respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, o povo do Myanmar precisa ver resultados concretos, sublinhou o diplomata português.
O Secretário-Geral delineou as múltiplas crises enfrentadas pelo país que levaram ao aumento da violência, violações dos direitos humanos, aumento da pobreza e a indiferença do regime militar ao agravamento das condições humanitárias.
Guterres sublinhou o compromisso de seu enviado especial, Noeleen Heyzer, com todas as partes interessadas para apoiar um novo processo liderado pelo próprio povo do Myanmar.
Ela continuará a defender ações urgentes, como o fortalecimento da cooperação entre a ONU e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) para atender às necessidades desesperadas do povo, disse ele. Heyzer também pediu um diálogo inclusivo para enfrentar a crise no Myanmar, que se agravou após um golpe de Estado há um ano, com confrontos nas ruas das cidades e confrontos armados entre tropas do governo e exércitos de minorias étnicas e milícias no interior do país.
Esse conflito tem causado discórdia dentro da Asean sobre como lidar com ele, com alguns membros do bloco querendo deixar a Asean de lado nas reuniões regionais e outros favorecendo a aproximação.
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