Vários sindicatos como a Central de Trabalhadores da Argentina (CTA Autonoma) também aderiram à mobilização, com a qual seus organizadores buscam exigir a democratização do Judiciário, a renúncia dos atuais juízes da Corte e o fim do lawfare (perseguição judicial).
“Não existe democracia plena com um Poder Judiciário hegemonizado e cooptado para dar impunidade ao poder econômico e seus parceiros”, apontou-se a partir da central. As entidades se reunirão nas proximidades da sede do Judiciário, para exigir a renúncia dos quatro membros do Tribunal, que consideram um passo inevitável para a democratização do Judiciário e também mostrarão seu repúdio à perseguição de diversas lideranças.
A marcha surgiu do escândalo que eclodiu semanas atrás com a revelação de um vídeo em que funcionários da ex-governadora da província de Buenos Aires, María Eugenia Vidal, agentes de inteligência, empresários e funcionários do judiciário concordavam em estratégias para a perseguição e criminalização de vários dirigentes.
“Se eu pudesse ter uma gestapo, eu faria”, é o que se escuta claramente falar o ex-ministro do Trabalho de Buenos Aires , sobre a criação de uma Gestapo (polícia secreta nazista da Alemanha) para acabar com vários sindicatos.
Em declarações publicadas pelo jornal Página 12, a ativista social e defensora de direitos humanos Taty Almeida, das Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora, ressaltou que a insistência em mudar esse Judiciário se deve ao fato de até agora só ter cometido injustiça.
“Neste 1º de fevereiro todos à marcha. Não é contra, é para melhorar a Corte Suprema”, ressaltou a presidenta das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini.
Na véspera, o presidente Alberto Fernández disse à rede de televisão C5N que em um estado de direito cada poder se expressa por um instrumento, o Poder Judiciário se expressa em sentenças.
“Ninguém tem que ficar chateado porque vários cidadãos vão reclamar na Justiça que seus atos de governo, os cidadãos entendem, não estão adequados. Devem estar atentos e corrigir o que precisa ser corrigido”, disse o Chefe de Estado.
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