A Associação de Magistrados (AMU) expressou preocupação com a tentativa do Ministro do Interior Luis Alberto Heber de exercer pressão indevida em um caso envolvendo dois policiais.
Ambos foram acusados de conexão com a morte de um homem de 20 anos, que estava viajando em sua motocicleta em agosto de 2020, quando ele escapou de um posto de controle da polícia e foi perseguido pelos policiais, perdeu o controle de seu veículo e bateu em uma árvore.
Heber foi ao tribunal no departamento de Durazno onde começou a audiência processual e disse à imprensa ao sair que tinha assistido a uma “formalização que não compreendia” e que era “uma má mensagem para a polícia”.
A crítica da AMU de que tais pronunciamentos poderiam representar uma tentativa de pressionar indevidamente o juiz foi acompanhada pela Ordem dos Advogados, que a considerou “uma interferência de qualquer poder do Estado sobre outro”.
Em uma declaração, a Ordem dos Advogados afirmou o direito dos colegas de trabalhar em um ambiente respeitoso e sem pressão, e que não é apenas um direito do juiz, mas também uma obrigação que deve ser cumprida conscienciosamente.
Por outro lado, a Instituição Nacional de Direitos Humanos e a Defensoria do Povo (Inddhh) questionaram o governo por minimizar o abuso policial e a tendência de descartar a gravidade das queixas ou de dar uma explicação que é como uma “contraversão”.
Seu presidente, Wilder Tayler, disse que a Lei de Consideração Urgente contém “um pacote de medidas que, juntas, equivalem a um enfraquecimento das garantias”.
Anteriormente, o Mecanismo Inddhh para a Prevenção da Tortura (MNP) havia identificado abusos policiais, ameaças e buscas ilegais como sendo facilitados pela LUC questionada.
Para isso, baseou-se numa queixa da Associação de Defensores Públicos (Adepu) de um total de 102 situações em 2020 e 2021, das quais 62 foram classificadas como abuso policial em que “o uso excessivo da força no procedimento é considerado tanto na detenção como em momentos posteriores”.
Enquanto isso, a Comissão Nacional para o referendo revogatório de 135 artigos da Lei de Consideração Urgente (LUC) no Uruguai reivindicou hoje seu caráter social e cívico diante da intenção do governo de reduzi-lo a um concurso partidário.
A este respeito, lembrou que reúne cooperativas, estudantes, aposentados, trabalhadores das mais diversas origens partidárias, que se propuseram a dar a conhecer suas razões para revogar estes artigos na consulta de 27 de março.
“Partimos da premissa de que a LUC foi apresentada e aprovada nas costas do povo uruguaio, em tempo recorde e sem a possibilidade dos cidadãos conhecerem seu conteúdo e serem informados sobre suas consequências”, reiterou ele em um comunicado.
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