A última rodada de consultas começou na última segunda-feira em formato de videoconferência até esta quarta-feira. As partes reconhecem a dificuldade das discussões para chegar a acordos que ponham fim ao conflito bilateral e aos confrontos militares entre os dois países.
“Gostaríamos que fosse um acordo para gerações, para que nossos filhos também vivessem em paz, este processo de negociação está lançando as bases para isso”, disse o representante russo.
Medinski disse que o objetivo da Rússia nas negociações com a Ucrânia não mudou e é o mesmo desde o início da operação militar.
“Precisamos de uma Ucrânia pacífica, livre, independente e neutra, não membro de blocos militares, não membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), um país que seja nosso amigo, um vizinho com quem estamos desenvolvendo relações juntos, construir o nosso futuro”, frisou.
Segundo o chefe da equipe negociadora de Moscou, seu país é contra uma Ucrânia que é um trampolim para ataques militares e econômicos contra a Rússia.
Mais cedo, o assessor do chefe do gabinete presidencial ucraniano, Mikhail Podoliak, confirmou que as delegações russas e ucranianas continuarão o diálogo na quarta-feira. As posições das partes têm contradições fundamentais, mas existe a possibilidade de chegar a um compromisso, escreveu o alto funcionário em sua conta no Twitter, ao descrever a negociação como um processo “complexo e difícil”.
As delegações ministeriais de ambos os países realizaram três reuniões presenciais para encontrar uma solução para o conflito bilateral e um fim definitivo dos combates. Essas reuniões ocorreram em diferentes locais de Belarus em 28 de fevereiro, 3 e 7 de março.
Então, em 10 de março, os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Ucrânia, Sergei Lavrov e Dmitri Kuleba, se encontraram na cidade turca de Antalya.
Entretanto, um novo encontro em formato de videoconferência começou nesta segunda-feira, foi interrompido nesse mesmo dia para uma “pausa técnica”, como as partes descreveram, e prosseguiu no dia anterior sem que se conhecessem os resultados das conversações.
Segundo Moscou, há um conjunto de condições que o lado russo apresentou por escrito, às quais espera uma resposta de Kiev.
Rússia iniciou uma operação militar na Ucrânia em 24 de fevereiro, depois que as autoridades das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk (DPR) e Lugansk (PRL) solicitaram ajuda para repelir o aumento da agressão de Kiev. Anteriormente, Moscou reconheceu a independência e soberania de ambos os territórios e assinou tratados de amizade, cooperação e assistência mútua com seus líderes, que incluíam o estabelecimento de relações diplomáticas e ajuda militar.
O presidente russo, Vladimir Putin, em discurso para informar sobre o início da operação, afirmou que o objetivo é proteger a população de Donbass dos abusos e genocídio de Kiev durante os últimos oito anos, além de “desmilitarizar” e “desnazificar” a Ucrânia.
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