Diante de tal risco, a Marinha do Brasil proibiu qualquer ser humano sem autorização de desembarcar no local, considerado o mais perigoso da Terra.
Segundo pesquisas científicas, Bothrops insularis vive na superfície do local, uma cobra endêmica da família das víboras que pode medir até 70 centímetros ou mais de comprimento e é identificada por sua cor bege-amarelada.
Histórias dizem que os répteis foram colocados lá por piratas que queriam proteção para seu ouro. No entanto, estudos afirmam que a densa população desses espécimes evoluiu ao longo de milhares de anos devido à falta de intervenção humana.
Alguns historiadores dizem que o pedaço de terra se formou no final da última glaciação, há cerca de 11 mil anos, quando o nível do mar subiu e separou aquele morro (parte da Sierra del Mar) do continente.
Quando a Ilha de Queimada Grande foi isolada, as espécies de cobras que ali viviam evoluíram de forma diferente das outras do continente. Por estarem presas na ilha, não tinham predadores ao nível do solo e se reproduziram rapidamente. E como também não havia presas, elas tiveram que se adaptar subindo em árvores.
Dessa forma, começaram a atacar as aves migratórias: perseguiam suas presas, mordiam e esperavam que o veneno fizesse efeito, sua toxina muito mortal é capaz de matar a maioria das presas quase que instantaneamente e até mesmo derreter carne humana.
Além do enorme número de exemplares, não há fonte de água potável na ilha, a temperatura é muito alta e o desembarque é complicado, pois seu litoral está repleto de rochas.
Apesar do perigo, os traficantes de animais selvagens se aventuram a chegar lá.
Atualmente, no mercado negro, uma Bothrops insularis, que está na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, pode custar até 20 mil dólares.
Juntamente com a degradação do habitat e doenças, a caça afeta a população de répteis, que diminuiu quase 50% nos últimos 15 anos.
(Retirado de Orbe)
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