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Outras denúncias na ONU sobre violência contra indígenas no Brasil

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Outras denúncias na ONU sobre violência contra indígenas no Brasil

Brasília, 23 mar (Prensa Latina) Na 49ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH) em Genebra, Suíça, os povos indígenas do Brasil denunciaram mais uma vez o aumento sistemático da violência que assola atualmente as comunidades.

O site do Consejo Indigenista Misionero (CIMI) indica que Antonio Eduardo de Oliveira, secretário executivo da organização, advertiu neste fórum que a paralisação da demarcação de terras nativas representa um vetor para todas as outras violações em andamento.

Ao contrário das expectativas, a pandemia de Covid-19 não impediu que garimpeiros (prospectores de metais preciosos), madeireiros e outros invasores intensificassem seus ataques aos domínios nativos.

Em 2020, “a invasão e exploração ilegal dos recursos naturais em territórios nativos aumentou, principalmente por madeireiros e mineiros, afetando pelo menos 201 terras indígenas no Brasil”, disse De Oiveira.

Este é o quinto aumento consecutivo em casos de invasões de posse, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio.

Segundo o Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2020, o segundo ano do governo de Jair Bolsonaro representou para os povos indígenas a continuação e o aprofundamento de um cenário extremamente preocupante.

A este respeito, no que diz respeito a seus direitos, territórios e vidas, especialmente afetados pela Covid-19.

O número de assassinatos de indígenas naquele mesmo ano “chegou a 113 casos”, denunciou o secretário executivo da CIMI perante o CDH.

O número de mortes foi ainda maior devido à má administração, desinformação e negligência por parte do governo federal em lidar com a pandemia, relata o site.

Ele adverte que, frequentemente e em vários territórios, o patógeno cegou a vida dos mais velhos, guardiões da cultura, história e conhecimento de seus povos, representando uma perda cultural sem dimensões.

Os nativos e suas organizações denunciaram o aumento das invasões e a seriedade desses confrontos.

Para a CIMI, a política anti-indígena do governo federal agravou este cenário imposto aos povos nativos do Brasil, incluindo aqueles que estão livres ou em isolamento voluntário.

Através de decretos, instruções regulamentares e projetos de lei, os direitos das comunidades foram usurpados, colocando seus territórios e modos de vida em risco.

Esta situação é agravada pelo projeto de lei 191/2020, que autoriza a mineração em terras indígenas e que será considerado pelo Congresso como questão de urgência, disse o secretário em uma quinta ação do CIMI durante a 49ª sessão do CDH. “Pedimos a este Conselho que tome medidas urgentes para proibir que estas atrocidades sejam cometidas contra os povos indígenas no Brasil”, concluiu De Oliveira.

oda/ocs/bm

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