“O desafio agora é buscar aqueles que não retornaram aos centros educativos e somar esforços para restaurar/recuperar o aprendizado”, indica a investigação da União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (UNDIME), com apoio do Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF) e do Banco Itaú.
Ouvindo 3.372 secretários municipais de Educação, o estudo mostrou que a grande maioria das redes que responderam oferece ensino totalmente presencial nas diferentes etapas da formação, com adesão total ou quase geral dos alunos.
A pesquisa também indica que 78% das redes utilizam a chamada Busca Ativa de Escolas e a generalidade adota medidas para a recuperação e recomposição do aprendizado.
O relatório destaca ainda que a vacinação de crianças e adolescentes contra a Covid-19 é incentivada e a ausência de comprovante de vacinação não impede a frequência escolar.
Diante do impacto da pandemia no setor, todas as redes comunitárias investem em medidas de retomada e recuperação da aprendizagem.
As avaliações diagnósticas foram o principal meio para diagnosticar as deficiências do ensino: 60 por cento das redes as aplicam em todas as escolas e 33 por cento realizam esse diagnóstico através de avaliações preparadas pelos próprios estabelecimentos de ensino.
Segundo o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, durante o período em que não foi possível ministrar aulas presenciais, muitos conteúdos foram trabalhados de forma leve, agora devem ser recuperados e ampliados para atingir o nível de qualidade esperado .
De acordo com o estudo, as principais dificuldades na aplicação de estratégias de recomposição e resgate da aprendizagem estão relacionadas à volta às aulas, como acesso à internet para alunos e professores, transporte e alimentação.
“A recuperação do aprendizado exige uma abordagem sistêmica, a fim de reduzir as desigualdades que se aprofundaram durante a pandemia”, alertou Angela Dannemann, superintendente do Itaú Social.
Ela insistiu que a educação é uma tarefa de toda a sociedade e é importante que outras secretarias municipais, como Saúde e Assistência Social, unam forças para não deixar nenhum aluno para trás.
“O desenvolvimento integral de crianças e adolescentes só pode ser melhorado por meio da articulação intersetorial”, ressaltou.
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