Para vencer as eleições, a esquerda precisa ampliar suas alianças em busca dos votos dos eleitores do centro, disse Sócrates em entrevista à TV 247.

E isso, na opinião do engenheiro técnico de profissão, é o que está fazendo o fundador do Partido dos Trabalhadores (PT).

“Acho que Lula está liderando a próxima batalha muito bem, e não apenas muito bem, mas com uma responsabilidade e maturidade política que faltam em muitas regiões do mundo, como a França”, disse.

Para Sócrates, o ex-líder trabalhista enfrenta essa luta “como deve ser feita, antes de tudo, percebendo que é uma batalha contra a extrema direita”.

Ele disse que a cruzada é importante, “o que torna a questão da democracia, pluralidade e política sem violência sua principal prioridade”.

O ex-primeiro-ministro (2005-2011) afirmou que achava que sabia muito sobre o Brasil, “mas só comecei a conhecê-lo em 2015, quando pude ver a violência que a direita era capaz de usar contra o presidente Dilma (Rousseff), contra Lula”, assegurou.

Ele insistiu que foi “um choque para mim ver que a direita brasileira está sociologicamente muito próxima do fascismo”.

O político português afirmou ainda que o gigante sul-americano “precisa de um novo projeto político” e que Lula busca a conciliação para viabilizar esse propósito.

Ele ponderou a determinação de procurar o ex-governador de São Paulo Gerardo Alckmin para ser vice-presidente na dupla eleitoral do líder petista.

“Parece-me uma decisão que vai na direção certa, reconhecer que a esquerda não ganhará as eleições se não for capaz de construir um acordo social, que vá um pouco além da esquerda e capture o centro”, disse. .

Reintegrado na política após recuperar seus direitos em março de 2021, Lula buscará um terceiro mandato nas eleições de outubro depois de cumprir 580 dias de prisão e ter suas sentenças anuladas.

Nenhum outro candidato ao Palácio do Planalto (sede do Poder Executivo) ofusca aquele que encabeça todas as pesquisas de opinião, apesar das intenções de reeleição do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.

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