Em entrevista coletiva conjunta com o secretário-geral da ONU, António Guterres, o chefe da diplomacia russa assegurou o interesse de Moscou em apoiar ainda mais a organização internacional e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha em esforços adicionais para aliviar o sofrimento e a situação da população civil na Ucrânia.
Explicou que após os contatos entre Guterres e o Ministério da Defesa russo, foi formado um grupo de trabalho com sede em Moscou, no qual os representantes da ONU concordam em questões específicas que permitem organizar a entrega de ajuda humanitária à Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia ressaltou que possíveis ações para fortalecer a cooperação nesta área foram analisadas durante as conversas de terça-feira.
Salientou ainda que o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU já conseguiu enviar cinco comboios de ajuda às regiões ucranianas, além dos fornecidos diariamente pelos Ministérios da Defesa e Situações de Emergência da Rússia, bem como por várias organizações não governamentais deste país.
Rússia iniciou uma operação militar na Ucrânia em 24 de fevereiro, depois que as autoridades das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk solicitaram ajuda para repelir o aumento da agressão e os intensos bombardeios de Kiev.
Anteriormente, Moscou reconheceu a independência e soberania de ambos os territórios e assinou tratados de amizade, cooperação e assistência mútua com seus líderes, que incluíam o estabelecimento de relações diplomáticas e ajuda militar.
Em seu discurso para informar sobre o início da operação, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que o objetivo é proteger a população de Donbass dos abusos e genocídio de Kiev durante os últimos oito anos, além de “desmilitarizar” e “desnazificar” a Ucrânia.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, os ataques não são direcionados à população ou cidades ucranianas, mas contra a infraestrutura militar do país.
Em 29 de março, o ministério militar considerou cumpridas as prioridades da primeira fase da operação, reduzindo as capacidades de guerra da Ucrânia, e garantiu que a segunda fase se concentrará na “libertação total do Donbass” das forças de Kiev.
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