É evidente que esta cúpula se apresenta mal, e pode-se dizer a partir de agora que é um fracasso diplomático do governo do presidente Joseph Biden, que mais uma vez decepciona com sua atuação, alertou em diálogo com a Prensa Latina.
Segundo o renomado jornalista e escritor, com sua insistência em marginalizar Cuba, Venezuela e Nicarágua, Washington desperdiçou a oportunidade de organizar um fórum de sucesso, com temas em pauta como migração e saúde.
O que ele conseguiu é um movimento de solidariedade com esses países e de rejeição de sua posição, além de declarações de princípio como as do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que garantiu que não irá a uma cúpula excludente, destacou.
Ramonet também destacou a posição em defesa da inclusão no continente dos membros da Comunidade do Caribe (Caricom) e de governos como os da Bolívia e Honduras.
Acho que uns 17 ou 18 países podem estar ausentes do encontro em Los Angeles, comentou nesta capital, onde participou no dia anterior de uma homenagem na UNESCO ao historiador de Havana Eusebio Leal (1942-2020).
O intelectual destacou que o governo Biden fez alguns gestos nos últimos dias para aliviar o bloqueio e as sanções que impõe a Cuba e à Venezuela, medidas claramente insuficientes.
Em relação à ilha caribenha, bloqueada pelos Estados Unidos há mais de 60 anos, Ramonet defendeu uma mudança de posição, que em sua opinião beneficiaria o próprio país do norte.
Defendo a tese de que os Estados Unidos devem ter todo tipo de acordos com Cuba com base em seus próprios interesses, já que a nação antilhana não lhe causa nenhum problema, porque é um vizinho sério e estável, sem os desafios de violência, tráfico de drogas ou crime, explicou à Prensa Latina.
Nesse sentido, ele insistiu que a Casa Branca não apenas organiza uma Cúpula das Américas rumo ao fracasso, mas também perde uma oportunidade no continente de enfrentar desafios comuns.
A administração democrata mais uma vez defrauda e decepciona muitos observadores em todo o mundo, disse ele.
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