Após vários dias de encontros entre representantes da sociedade civil, do setor privado e outros encontros, nesta quarta-feira o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, receberá os chefes das delegações que finalmente participarão do encontro, depois que Washington excluiu Cuba, Venezuela e Nicarágua.
A decisão de realizar um encontro com convidados de sua simpatia política provocou reações de rejeição em nível continental e levou presidentes como o mexicano Andrés Manuel López Obrador e o boliviano Luis Arce a decidirem se ausentar da cúpula.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que seria o porta-voz da posição da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), rejeitando essa política excludente da Casa Branca, também interpretada como um retrocesso nas relações hemisféricas.
Para analistas, as ausências impedirão a discussão das reais necessidades das pessoas desta parte do mundo e esse fato levaria ao fracasso do evento organizado por Biden.
O ativista Manolo de los Santos, diretor do movimento Fórum Popular, sublinhou que a Cúpula dos Povos pela Democracia se opõe a este plano de divisão, que terá início esta quarta-feira paralelamente na mesma cidade norte-americana.
“Como a Cúpula das Américas de (Joe) Biden é marcada pela exclusão e pela imposição de uma agenda política, nossa Cúpula reunirá diversas vozes de todas as Américas”, disse De los Santos.
A Casa Branca não só deixou de fora a delegação oficial cubana do evento continental contra a vontade da região e suas contínuas demandas, como também se recusou a processar em Havana os vistos de destacados membros da sociedade civil da ilha que participariam da Cúpula dos Povos.
Entre os presentes estavam a renomada cientista e médica Tania Crombet, a atleta olímpica Reineris Salas, o líder estudantil cristão Jorge González; assim como jornalistas, artistas, sindicalistas e líderes comunitários.
Diante da recusa de visto, eles participarão virtualmente, por meio de painéis nos quais abordarão as consequências das intervenções dos Estados Unidos nas Américas, o impacto do bloqueio na nação caribenha, bem como a soberania e solidariedade alimentar durante a pandemia de Covid-19.
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