Bayamo, Cuba, 17 jun (Prensa Latina) Um dos versos mais famosos da literatura universal parece perfeito hoje para ilustrar o dilema da moda no cenário do beisebol cubano: Granma ou Matanzas?, eis a questão.
Nem mesmo o próprio William Shakespeare no papel de Nostradamus seria capaz de resolver o enigma ou, pelo menos, desvendar de forma confiável um playoff final que parece muito equilibrado e alerta para um fogo cruzado entre Alazanes do Granma e Crocodiles do Matanzas.
No entanto, vários argumentos podem ser (d)escritos na (vã) tentativa de antecipar o que acontecerá no Estádio dos Mártires de Barbados, nesta cidade, a partir das 14h, hora local, quando o fator motivacional terá sua parcela de proeminência, embora o desempenho no terreno acabe por fazer pender a balança.
A história mais recente deixou os sáurios do técnico Armando Ferrer em melhor situação, que dominou a sub-série por 3-2 na fase regular; no entanto, ambas as equipes disputaram a flâmula da campanha anterior e a equipe de Carlos Martí saboreou os méis do sucesso (2-4).
Acrescente que o equilíbrio na pós-temporada também favorece o agora local Granma (6-12), equipe capaz de se manter invicta em oito rodadas de eliminações diretas desde 2015, quando caiu de joelhos diante do Tigres de Ciego de Ávila (1-4 ), sua vítima nas semifinais desta edição.
Depois daquele desastre contra os felinos, o panorama mudou radicalmente e Martí levantou o troféu de campeão nos anos de 2017, 2018 e 2021, com uma geração de ouro que agora sofre várias ausências significativas, o que, no entanto, não impediu a classificação para mais um fechamento de o torneio.
Osvaldo Abreu (3B), Guillermo Avilés (1B), Carlos Benítez (BD), Iván Prieto (R) e Alexquemer Sánchez (RF) voltam a ser importantes num plantel que vai contar com a precisão dos lança-chamas César García, Leandro Martínez , Joel Mojena e Carlos Santana, além da sabedoria de seu mentor.
É claro que o trio de titulares formado por García, Martínez e Mojena terá que melhorar seus números, já que teve média de 0,341 na fase anterior, e agora enfrentará vários dos melhores rebatedores do país, incluindo o ex-jogador da liga principal Erisbel Arruebarena (H.H).
A realidade sugere que o poder ofensivo está no banco de Matanzas, com figuras experientes como Yadil Mujica (2B), Jefferson Delgado (3B), Ariel Sánchez (LF), Arruebarena, Yariel Duque (1B), Javier Camero (BD) e Yadir Drake (RF).
Mas, Ferrer tem pólvora limitada na equipe de arremessadores, a ponto de resolver as semifinais contra Gallos de Sancti Spíritus com apenas quatro arremessadores: Renner Rivero, Dariel Góngora, Yamichel Pérez e Noervys Entenza, que foi decisivo no papel de apaziguador.
Também é um truísmo que o mais difícil neste esporte é conectar a rodada e em termos de arremessadores, nenhuma das equipes se destaca sobre a outra, motivo que dará maior peso ao julgamento de seus diretores quando se trata de para mover as fichas.
Quatro meses depois de ouvir a primeira voz de “jogar bola” da 61ª Série Nacional, Alazanes e Cocodrilos voltam a ter desafios de “vida ou morte” e a paridade é tal que especialistas e seguidores dividem os critérios na hora de nomear o Favorito.
O palco está montado e a rivalidade atinge níveis insuspeitos, embora o dilema da moda no cenário atlético na maior das Antilhas: Granma ou Matanzas?, permaneça no ar e a solução salomônica seja esperar pelas múltiplas variantes dessa disciplina inconstante chamado beisebol.
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