Havana, 5 jul (Prensa Latina) Cuba não precisa de afeto porque tem muito, precisa de um maior reconhecimento de seus méritos, disse Alicia Rodríguez, integrante da brigada de solidariedade porto-riquenha Juan Rius Rivera, cujo programa na ilha continua até hoje.
Após 16 viagens à maior das Antilhas, Rodríguez considerou que uma das ações mais importantes que desenvolve é ensinar sobre a realidade de Cuba, para que os porto-riquenhos, especialmente os jovens, não sejam levados pelo que a imprensa reflete, mas sim eles moram aqui.
Nesse sentido, destaca-se a presença de novas pessoas na XXXI brigada convocada pelo Comitê de Solidariedade de Porto Rico a Cuba, a maioria deles integrantes de um projeto sonoro dedicado à chamada música jíbara.
Viemos a Cuba em um ato de solidariedade com o processo revolucionário, queremos vir aqui livremente, sem os problemas gerados pelo bloqueio dos EUA, e trocar tudo o que nos une, acrescentou o professor aposentado da Universidade de Porto Rico com exclusividade ao Prensa Latina. Rica.
São dois países-irmãos, com histórias revolucionárias semelhantes; O porto-riquenho foi frustrado, mas o cubano foi alcançado e queremos que essa união se mantenha nestes tempos.
Rodríguez expressou a solidariedade permanente dos cubanos com a causa da independência de seu país, sujeito ao status de Estado Livre Associado aos Estados Unidos, o que limita sua soberania.
Sempre penso em José Martí, que falou da independência de Cuba e Porto Rico, de Lola Rodríguez, que viveu e morreu em Cuba e autora do poema com o famoso verso que diz que Cuba e Porto Rico são duas asas de um pássaro.
Acrescentou que Fidel Castro sempre em seus discursos, inclusive perante a ONU, falou da disposição de lutar pela independência de Porto Rico, posição que mantém com o atual governo cubano.
Para o economista, a libertação de Porto Rico é de grande importância para o continente latino-americano, que vive atualmente momentos históricos para os povos da região.
O ex-presidente da Associação de Economistas Porto-riquenhos por muitos anos apreciou que a nação insular passa agora por uma crise econômica e social que remonta a 2006, antes mesmo do devastador furacão Maria.
Porto Rico está em recessão, que já é uma depressão, e as projeções são ajustadas para baixo, há uma diminuição da atividade econômica com impacto muito negativo na agricultura.
Explicou que o governo promove uma política de incentivos ao investimento estrangeiro, especialmente às empresas norte-americanas, mas que atualmente passou a ser um exercício de subsídios corporativos.
Estamos enfrentando uma emigração massiva, fundamentalmente de jovens produtivos, com educação, saem de Porto Rico porque não encontram realização profissional e não podem ter uma melhor qualidade de vida diante da crise e agitação social no país.
Rodríguez, junto com quase uma centena de brigadistas de solidariedade, visitará locais históricos no leste e centro do país, participará do Festival do Caribe, em Santiago de Cuba, e da homenagem em Cienfuegos pelo 69º aniversário dos ataques ao Moncada e Carlos Manuel de Gramados.
Há mais de três décadas, a Brigada Juan Rius Rivera promove a solidariedade entre as duas ilhas, desafiando o bloqueio norte-americano, desenvolvendo projetos de desenvolvimento local e discutindo a realidade econômica e social.
acl/jfs/ls