A apresentação de uma nova edição do livro de poemas “Siempre tu palabra cerca” (Sempre sua palavra perto), do escritor sul-americano será o motivo para evocar sua obra, que perdura apesar da tentativa de silenciá-la com seu desaparecimento em junho de 1978.

O lançamento do texto, que nasceu da livraria de seu autor Apuntes Norte, é fruto de um esforço colaborativo entre a entidade cultural, a revista Resumen Latinoamericano e o Centro Pablo de la Torriente Brau.

A iniciativa busca aproximar o leitor da literatura de Areta, que inclui cadernos dedicados às crianças e um romance, embora a poesia tenha sido o centro de sua criação e, felizmente, sobreviveu à ditadura e ao exílio.

Foi sua esposa, Adela Segarra, que serviu como mensageira de seus versos que falam de experiências pessoais e coletivas e denotam a influência de outros grandes como Roque Dalton, León Felipe, Luis Cernuda e Miguel Hernández, segundo os críticos.

Os especialistas apreciam no escritor a “voz do poeta político iniciante obcecado por sonhos” e por isso consideram que ela não deve ficar nas gavetas, mas deve ser multiplicada, mesmo nos centros educacionais.

Em suas letras vive um escritor “com total empenho criativo, senso de ética, forma estudada e linguagem literária detalhada” que, em suma, falam de sua habilidade no manejo de recursos expressivos.

Joaquín Areta nasceu na província argentina de Neuquén e desapareceu quando tinha apenas 22 anos durante a ditadura da Junta Militar que se estabeleceu na Argentina entre 1976 e 1983, trazendo repressão, censura e uma longa lista de ausências.

Em 2010 os textos de Areta foram publicados pela primeira vez na coleção Los Detectives Salvajes (libros de la talita dorada), dirigida por Julián Axat e Juan Aiub, filhos dos desaparecidos da nação sul-americana.