23 de November de 2024
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Lula promete renegociar acordo Mercosul-UE se voltar ao poder

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Lula promete renegociar acordo Mercosul-UE se voltar ao poder

Brasília, 22 ago (Prensa Latina) O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva prometeu hoje que, se voltar ao poder, vai renegociar o acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Européia (UE), assinado em 2019.

“O acordo não é válido porque ainda não foi totalmente alcançado. O Brasil não é obrigado a aceitar um pacto que não respeite a vontade do Brasil”, disse à imprensa estrangeira em São Paulo o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) às eleições de outubro.

Ele ressaltou que eles querem sentar com a UE e discutir com base nas necessidades daquela comunidade e “nossos, os direitos que cada um tem”.

Para Lula, com a negociação todos devem ganhar. “O que queremos no debate europeu é não abrir mão do nosso interesse em reindustrializar”, acrescentou.

Apesar do que foi anunciado, o acordo, que prevê uma série de modificações nas questões tarifárias e não, continua sem entrar em vigor porque depende de uma série de medidas, incluindo a aprovação do texto pelo parlamento de todos os países afetados.

Entre as medidas previstas no acordo estão a retirada de tarifas de 91% dos produtos que a UE exporta para o Mercosul em um período de 10 anos.

Também, em sentido contrário, a retirada de tarifas de 92% dos produtos que o Mercosul exporta para a UE em período semelhante.

Durante o contato com correspondentes estrangeiros, Lula afirmou que o Brasil passou por um processo de desindustrialização nos últimos anos e que pretende, se eleito, adotar medidas para recuperar a importância da indústria na economia nacional.

Alertou que o setor industrial passou a representar 30 por cento do Produto Interno Bruto e atualmente é apenas 11, pelo que uma das suas prioridades será a reindustrialização do país.

Em 1999, a UE e os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) iniciaram negociações para um acordo de livre comércio, posteriormente concluído pelo governo do líder de extrema-direita Jair Bolsonaro.

No entanto, nos meses seguintes ao anúncio, os países europeus rejeitariam as bases do pacto devido à pressão popular causada pela repercussão internacional do aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia.

Em outubro de 2020, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução pedindo mudanças na agenda ambiental dos países do Mercosul para que o acordo seja ratificado.

O anterior com o objetivo de garantir o respeito às políticas de desenvolvimento sustentável e combater a crise climática.

ro/ocs/ls

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