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Rússia recorda crimes de guerra dos EUA no Afeganistão

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Rússia recorda crimes de guerra dos EUA no Afeganistão

Moscou, 30 ago (Prensa Latina) O representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, lembrou que os Estados Unidos cometeram crimes de guerra no Afeganistão e depois abandonaram a nação à sua sorte, informou hoje a mídia local.

“Infelizmente, apesar dos relatos de várias organizações não governamentais independentes sobre esses crimes de guerra hediondos para buscar justiça e levar os autores à justiça, as investigações nunca foram realizadas devido à chantagem flagrante de Washington”, disse o diplomata, citado pela RIA Novosti. Nebenzia enfatizou em uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizada no dia anterior, que entre as ações hediondas das tropas do Pentágono no país do sul da Ásia estão “invasões noturnas e execuções extrajudiciais de civis, incluindo mulheres e crianças”.

Da mesma forma, denunciou que “os estadunidenses entraram no Afeganistão com uma missão específica: lutar contra o terrorismo”, mas, “na realidade, sua chegada não fez mais do que reforçar o status do país como foco do terrorismo e centro de produção e distribuição de drogas”, informou a agência TASS.

Por outro lado, o representante russo acrescentou que, paralelamente, surgiu o grupo extremista Estado Islâmico e estabeleceu firmemente sua influência no território afegão.

Nesse sentido, denunciou que todas as chamadas de Moscou para destacar a crescente ameaça da referida organização terrorista no Afeganistão, “encontraram um desejo feroz por parte dos parceiros ocidentais de minimizar a questão ou escondê-la completamente debaixo do tapete”, lamentou.

Nesse contexto, Nebenzia contrapôs sua homóloga estadunidense, Linda Thomas-Greenfield, por sugerir que China e Rússia deveriam “contribuir” para resolver os problemas da nação do sul da Ásia.

“Somos chamados a contribuir para a reconstrução de um país cuja economia foi praticamente destruída por 20 anos de ocupação dos Estados Unidos e da OTAN. Então, em vez de admitir seus erros e tentar corrigi-los, Washington agora nos culpa por não querer pagar contas alheias”, rebateu o diplomata.

O Afeganistão continua submerso em uma profunda crise, após duas décadas de conflito armado entre o movimento Talibã e os governos que contavam com o apoio militar dos Estados Unidos e de outros países da Aliança Atlântica.

Em meados de agosto de 2021, os talibãs tomaram a capital, Cabul, precipitando a fuga do presidente Ashraf Ghani, e no início de setembro formaram um governo interino liderado por Mohammad Hassan Akhund, um dos fundadores do grupo insurgente.

mem/odf/hb

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