San Salvador, 13 set (Prensa Latina) À medida que o relógio avança para 15 de setembro, Dia da Independência de El Salvador, aumenta a incerteza em alguns setores da população devido a possíveis confrontos.
Aparentemente, há uma grande maioria que apoia as ações do governo do presidente Nayib Bukele, de acordo com a pesquisa Gallup mais recente, enquanto setores minoritários se opõem à sua política.
Além disso, na América do Norte, no Congresso dos Estados Unidos, ouvem-se avaliações desfavoráveis.
O membro da Câmara Jim McGovern comentou que Bukele respondeu a uma crise de direitos humanos, referindo-se à violência de gangues, criando outra crise, o desmantelamento do estado de direito.
São elucubrações alarmantes se forem levados em conta aspectos da situação interna em torno das comemorações do 15 de setembro.
O povo vai sair em marcha, está deixando para trás o medo e vai sair para denunciar as violações dos direitos humanos, o alto custo de vida e a desapropriação de terras, diz Marisela Ramírez, do Bloco de Resistência e Rebelião Popular (BRP). em declarações à Rádio Ysuca.
Enquanto outros lembram frases de 1921, quando o líder trabalhista José Mejía afirmou que “os sonhos que a América Central acalentava foram truncados por líderes ambiciosos e corruptos que aproveitaram seu tempo na presidência para concentrar o poder, insultar a Constituição e perseguir quem contradissesse eles”.
Há maus presságios no ambiente e, segundo a mídia local, o Presidente da República convocou um desfile que terminará no Parque Cuscatlán, que é o ponto onde as organizações da oposição convocaram seus seguidores a se reunirem no dia nacional, apontou fora, Ramírez.
A ativista ressalta em suas declarações que o governo vem ameaçando e assediando integrantes de organizações e movimentos sociais desde o início das marchas contra as políticas da atual gestão do governo.
O dia 15 de setembro, acrescentou, é um símbolo da luta do povo. Tem sido usado como mecanismo de denúncia e as pessoas vão marchar pacificamente para conquistar seus direitos, observou o integrante do BRP.
Alguns aderem a essas ideias e outros se opõem a elas, dizem os historiadores. Essas mesmas idéias são uma inspiração para lutar contra “o mesmo de sempre” que em nosso país nos impõe um enorme retrocesso político, social, econômico e cultural, destacou.
A esse respeito, o historiador Héctor Lindo, professor emérito de História da Fordham University, em Nova York, afirma que a tarefa deve ser trabalhar para que o terceiro centenário da independência encontre um país otimista, autenticamente democrático, com regime de Estado de direito.
Há um ambiente de coisas que não são de festa. Prevalece a pobreza, a emigração, os problemas de saúde, o desamparo sentido pelos mais de 15.000 demitidos pelo atual governo, a decepção sofrida por jovens, mulheres, em relação a supostas promessas quebradas pelo governo, ativistas.
No entanto, muitos ainda esperam que os movimentos populares e sociais, os movimentos políticos e os partidos políticos cumpram sua responsabilidade com o presente e o futuro do país.
Enquanto isso, há pessimismo e maus presságios. Espero que sejam tempestades imaginárias, é o clamor das pessoas comuns.
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