Por Osvaldo Cardosa
Correspondente da Prensa Latina no Brasil
No início da campanha eleitoral, em 16 de agosto, havia mais nomes, mas as candidaturas do político Pablo Marçal, do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), e do ex-deputado Roberto Jefferson, do Partido Trabalhista Brasileiro, foram contestadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Marçal viu sua aspiração ser interrompida depois que o líder da organização política, Eurípedes Júnior, retirou sua candidatura, declarou que o PROS não apresentaria a sua e que apoiaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da Coalizão Brasil da Esperança.
Em 1º de setembro, o TSE confirmou, por unanimidade, o arquivamento da candidatura de Jefferson, que ficou inelegível até o final de 2023 devido à sua condenação no escândalo do chamado Mensalão, que eclodiu em 2005.
Tal neologismo, popularizado pelo ex-parlamentar, era utilizado para se referir a um subsídio pago aos deputados para votar a favor de projetos de interesse do Executivo.
Quase todas as pesquisas de opinião apontaram estabilidade na polarização da preferência do eleitorado entre Lula e o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, que como candidato do Partido Liberal (PL) aspira à reeleição.
Apesar da tendência estabelecida, outros pretendentes sonham com sua entrada triunfal no Palácio do Planalto (sede do Poder Executivo em Brasília) em janeiro.
Abaixo, a Prensa Latina apresenta a lista com os 11 candidatos presidenciais, incluindo quatro mulheres:
1. Jair Bolsonaro, 67 anos. Busca a reeleição pelo PL, seu décimo partido. Eleito pela primeira vez para a presidência em 2018. Fez carreira como deputado federal pelo Rio de Janeiro, cargo que ocupou de 1990 a 2018. Antes disso, foi vereador da capital fluminense por dois anos.
2. Luiz Inácio Lula da Silva, 76 anos. Vai disputar sua sexta eleição para o cargo. Derrotado em 1989, 1994 e 1998, o fundador do Partido dos Trabalhadores foi eleito no segundo turno em 2002 e reeleito, também no segundo turno, quatro anos depois.
O ex-torneiro mecânico foi deputado federal por São Paulo por um mandato. Tornou-se candidato à Presidência para voltar ao cargo no referendo de 2018, mas foi preso sem provas para condenação no âmbito da operação judicial desativada Lava Jato.
3. Ciro Gomes, 64 anos, advogado candidato pelo Partido Democrático Trabalhista. Pela quarta vez pretende ser presidente, mas nas pesquisas, com apenas 7% de apoio, não chega perto dos favoritos Lula e Bolsonaro.
4. Simone Tebet, 52, professora de ascendência libanesa e advogada do Movimento Democrático Brasileiro. Pela primeira vez em uma disputa presidencial. Iniciou sua carreira política em 2002 no Mato Grosso do Sul, estado ligado ao setor agropecuário. Mal chega a dois pontos nas pesquisas.
5. Felipe d’Avila, 58, candidato do Partido Novo que estreia nas urnas. Estudioso político e mestre em administração pública. Engenheiro de formação, há 14 anos fundou o Centro de Liderança Política.
6. José Maria Eymael, 82 anos, jurista aspirante da Democracia Cristã que concorre à sua sexta campanha presidencial. Foi deputado federal por três mandatos, entre 1986 e 1995, representando o estado de São Paulo. Disputou quatro vezes a prefeitura da capital paulista.
7. Vera Lúcia, 54 anos, graduada em Ciências Sociais que está concorrendo pela segunda vez em uma eleição presidencial (a primeira em 2018) como cofundadora e candidata do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado. Disputou as prefeituras de São Paulo e Aracaju, e o governo de Sergipe, além de pedir vaga na Câmara dos Deputados.
8. Leonardo Péricles, 40 anos, é presidente e um dos fundadores da Unidad Popular, partido pelo qual concorre no referendo. Técnico em eletrônica e mecânico de manutenção de máquinas, é um dos líderes dos movimentos contra a Copa do Mundo no Brasil, em 2014.
9. Sofia Manzano, 51, economista, filiada ao Partido Comunista Brasileiro e candidata a sua segunda eleição. Em 2014, foi candidata a vice-presidente na sigla de seu correligionário Mauro Iasi.
10. Soraya Thronicke, 49 anos, senadora da União do Brasil que entrou na corrida presidencial pela primeira vez em agosto, após a desistência do então candidato Luciano Bivar.
11. Kelmon Souza, 45, padre ortodoxo que se classifica como conservador de direita e vai disputar sua primeira eleição. Lidera o Movimento Cristão Conservador do Partido Trabalhista Brasileiro e o Movimento Cristão Conservador da América Latina. Ele seria candidato à vice-presidência na dupla com Jefferson, que foi separado pelo TSE. Ele assumiu a cabeça da sigla.
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