Tópico de conversa com a Prensa Latina pela pesquisadora Belinda Sánchez, cientista do Centro de Imunologia Molecular (CIM) e desenvolvedora da vacina cubana Soberana.
“Atualmente, Soberana 02 e Soberana Plus têm autorização de emergência por agências reguladoras e são utilizadas em um cronograma de duas imunizações mais um terceiro reforço; e também Soberana Plus para uso emergencial em tratamento de convalescença”, explicou Sanchez.
A este respeito, lembrou que toda a população cubana foi vacinada e que um segundo reforço está sendo aplicado para pessoas com mais de 50 anos de idade e pessoal mais exposto, como médicos e cientistas.
A especialista, em resposta às perguntas da Prensa Latina, explicou que os soros cubanos estão em processo de registro final e apresentação de dossiês à Organização Mundial da Saúde (OMS), algo que Abdala já fez e Soberana espera concluir antes do final do ano.
Belinda Sánchez, que abordou o mito de que um país do chamado Terceiro Mundo como Cuba não poderia produzir uma vacina diante da crise internacional desencadeada pela pandemia, deu como exemplo o caso da colaboração com a Itália.
“Graças à nossa amizade com os italianos e por causa dos excelentes laços científicos (parte da Soberana teve um protagonista italiano), nos aproximamos deles quando vimos que havia uma crise com as crianças italianas”, disse.
Vimos até que a onda Ômicron era muito diferente em Cuba, e a chave podia ser se as crianças eram ou não vacinadas. Depois enfrentamos obstáculos na Itália porque não tínhamos autorização da OMS; foi quando nasceu um ensaio clínico chamado Soberana Plus Turim, acrescentou.
Elaborando o assunto, a pesquisadora do CIM destacou que 30 italianos, que haviam sido convalescidos da Covid-19 ou tinham outras vacinas (Pfizer ou Moderna), foram para Havana e receberam a inoculação de soro cubano.
“Eles estiveram em Cuba durante uma semana e 28 dias depois foram coletadas amostras de sangue para testes imunológicos, alguns na Itália e outros em Cuba. E foi demonstrado que o Soberana Plus pode servir como um impulsionador universal, é uma vacina muito segura, os italianos reagiram perfeitamente bem e tudo isso se reflete em resultados científicos tangíveis.
Em resposta a outra pergunta da Prensa Latina sobre o possível curso futuro das vacinas, Sánchez disse que o vírus tem sido mutante, especialmente desde a ômicron, por isso provavelmente continuaremos a transmitir o vírus, mas sem variantes mais letais.
Admitiu que o comportamento da doença é diferente em diferentes lugares, e por isso considerou a prudência a melhor medida neste momento, quando acredita que ainda não chegou o momento de colocar as vacinas para descansar.
Convidada para o XVI Encontro Nacional de Solidariedade com Cuba na Espanha, Belinda Sánchez também elogiou o acordo com o Centro de Pesquisa do Câncer de Roswell Park, em Buffalo, EUA, a respeito da vacina cubana contra um tipo específico de câncer de pulmão.
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