Com 120 votos a favor, o Legislativo pediu ao Executivo um plano de enfrentamento à delinquência e ao crime organizado no curto, médio e longo prazo, incluindo o orçamento para essa missão.
Após quase oito horas de debate, os parlamentares aprovaram nesta segunda-feira a proposta de Ramiro Narváez, da Esquerda Democrática, que também se solidariza com as famílias dos falecidos e feridos, civis e homens uniformizados, nos atos criminosos dos últimos dias.
Da mesma forma, apelaram a uma “grande cruzada nacional” como prioridade do Estado para o expurgo, reestruturação e fortalecimento institucional da Polícia Nacional, das Forças Armadas, do órgão de segurança e vigilância prisional e da função judiciária.
Durante a sessão, a maioria dos discursos se concentrou em críticas à resposta do governo do presidente Guillermo Lasso à onda de violência.
Ramiro Narváez, da Esquerda Democrática, criticou o governo por não ter vontade política de trabalhar com a Assembleia em questões de segurança, já que o presidente proibiu seus ministros responsáveis pela segurança de comparecer ao parlamento.
Por outro lado, Walter Gómez, da UNES, mencionou a falta de orçamento que enfraqueceu a polícia, a ponto de agora os homens fardados recolherem dinheiro para enfrentar a delinquência.
Desde a semana passada, uma série de ataques ocorreu nas províncias de Guayas, Esmeraldas e Santo Domingo de los Tsáchilas, deixando pelo menos cinco policiais mortos, dezenas de feridos e danos materiais, o que levou à declaração do estado de emergência naqueles três territórios. Segundo o Ministério do Interior, foram realizadas até agora mais de 4.230 operações e 196 pessoas estão detidas nessas regiões, embora em todo o país existam mais de 1.000 detidos.
A taxa de homicídios no Equador sobe este ano para 21 por 100.000 habitantes devido à guerra dos cartéis nacionais e internacionais pelo controle do narcotráfico e à ineficiente resposta do Estado a essa questão, estimam especialistas.
Apesar das operações e das medidas adotadas, nesta segunda-feira ocorreram violentos incidentes na Penitenciária do Litoral, em Guayaquil, e na prisão El Inca, no norte de Quito, que deixaram cinco detentos mortos.
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