“Quero pedir ao reitor (Vicente Cuéllar) e ao presidente cívico (Rómulo Calvo) que estamos cumprindo e que cumpram com o levantamento das mobilizações”, exigiu o presidente da Câmara dos Deputados, Jerjes Mercado, em declarações ao jornal boliviano canal de TV estadual.
Segundo Mercado, já existe um projeto de regulamento que ratifica o decreto presidencial do censo e incorpora a redistribuição de vagas, o que foi informado ao reitor da Universidade Autônoma Gabriel René Moreno, Cuéllar, em reunião na última sexta-feira.
A autoridade acadêmica então assegurou que ele vinha a La Paz com poder de decisão e esperava-se que ao retornar levantasse a medida de força, junto com a cívica, porém, isso não aconteceu.
Segundo Mercado, a decisão foi tomada no domingo, dia 13, e na segunda-feira já estava disponível o projeto de lei que será tratado hoje na Comissão de Constituição e depois no plenário dos Deputados.
Acrescentou que seu conteúdo ratifica o Decreto Supremo 4824 que fixa o censo para 23 de março de 2024 e para setembro do mesmo ano a redistribuição dos recursos da coparticipação.
Ele explicou que, além disso, o regulamento garantirá a entrega dos resultados oficiais do censo ao Tribunal Superior Eleitoral em setembro de 2024 para a redistribuição das vagas para as eleições de 2025.
“Trabalhamos em outra lei mais precisa e exato, dá garantias de que o decreto não será modificado e também a questão das cadeiras”, afirmou o parlamentar.
Ele lembrou que uma Comissão Técnica Plurinacional, depois de muito trabalho, definiu a data do exercício censitário, pelo que deplorou que Cuéllar e os membros cívicos insistam no “sim ou sim censo 2023”, embora vários dirigentes de Santa Cruz já tenham avançado que o importante são os prazos estabelecidos para redistribuição de recursos e realocação de cadeiras legislativas.
A esse respeito, destacou que na última Câmara Municipal de Santa Cruz, em 13 de novembro, o decreto do censo foi praticamente aceito e não houve mais discussão de 2023.
A greve de Santa Cruz é caracterizada por violência em pontos de bloqueio, extorsão de transeuntes -por, ataques contra comunidades e policiais com cassetetes, armas brancas e pontiagudas, fogos de artifício e pirotecnia de alta potência, saques e queima de sedes de organizações sociais.
Ao saldo monetário dessas quatro semanas em que foram violados os direitos constitucionais de milhões de santa-cruzenses ao trabalho, à livre mobilidade e a atos de discriminação racial, segundo dados oficiais, quatro mortos, centenas de feridos, uma denúncia por estupro coletivo de uma mulher e falência de empresas de muitos sindicalistas e motoristas.
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