24 de November de 2024
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Fidel Castro, O Invencível

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Fidel Castro, O Invencível

Havana, 23 nov (Prensa Latina) Foram 638 tentativas de assassiná-lo, quase descaradamente ou mascaradas, 102 delas cujos planos concretos foram desvendados e enfrentados com sucesso graças ao profissionalismo, decisão pessoal e coragem dos homens da escolta, bem como do sistema encarregado de preservá-lo a todo custo.

Por Nelson Dominguez Morera (Noel)

Coronel (r) que ocupou responsabilidades de liderança na Segurança do Estado

Mas realmente, o maior arquiteto sempre foi o soberano, aquele que comandou e serviu com pleno prazer, o povo heróico, embora algo pouco falado e menos escrito nunca deva ser ignorado, o alto senso e intuição do histórico líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, sobre o perigo, bem como a auto-responsabilidade de enfrentá-lo com todo o rigor.

Passaram-se quase 64 anos desde que um dos pioneiros planos inimigos para tais propósitos: uma conspiração organizada por agentes do FBI e da ditadura de Fulgêncio Batista (1952-1958) para assassiná-lo em seu Comando Geral, na Serra Maestra.

O estadunidense Alan Robert Nye, capturado em 25 de dezembro de 1958 por combatentes rebeldes, confessou suas intenções e apontou os responsáveis. O plano consistia em infiltrar os guerrilheiros sob o disfarce de um simpatizante e lutador experiente e, uma vez lá dentro, emboscar o líder.

Com ele foram apreendidos um fuzil Remington calibre 30.06 com mira telescópica e um revólver calibre 38, com o qual planejava cometer o crime. Durante o primeiro trimestre de 1959, Nye foi julgado e sancionado pelos tribunais cubanos.

Recentemente, passaram-se 22 anos desde o último atentado detectado, aliás, aquele previsto como aquele que resultaria no maior, previsto para 16 de novembro de 2000 em pleno desenvolvimento da X Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, especificamente no palco do Auditório da Universidade do Panamá.

O Comandante em Chefe, recém-chegado ao território istmico, denunciou ao mundo que Franco Rodríguez Mena, que estava hospedado no quarto 310 do hotel Coral Suites na Cidade do Panamá, era nada mais nada menos que o terrorista de origem cubana Luis Posada Carriles, que planejava assassiná-lo durante o evento.

Decidi aos poucos, com modestas experiências guardadas com muito orgulho e sem desclassificar nada que não me pertença, levantar pelo menos uma parte do véu, de como e por que Fidel Castro sobreviveu vivo e invicto, apesar de ser o Chefe do Estado perseguido com mais crueldade e ressentimento doentio por parte do inimigo em toda a história da humanidade.

EM UM DIA COMO OUTRO

Foi mais um dia de sua intensa luta, na casa de Celia Sánchez Manduley -então sua secretária pessoal- na Calle 11 do Vedado, e seus escoltas mais diretos, os líderes do primeiro círculo, dedicaram-se rotineiramente ao habitual e sempre trabalho apressado limpando e lubrificando as AK-47s recortadas.

Alguns destes tinham carregadores PPSH adaptados que permitiam a cada um incorporar quase 100 balas com o consequente maior poder de fogo, embora aumentassem consideravelmente o seu peso. Aproveitavam as reuniões ininterruptas que aconteciam de um para o outro, apesar de na residência com seus amplos corredores apenas os assuntos mais íntimos e urgentes serem convocados para o cargo.

“Vamos!” de repente só conseguiram ouvir, vindo da voz enérgica, preponderante e conhecida, que quase nunca adiantava os planos das rotas por ele mesmo designadas, o maior responsável pela sua proteção pessoal.

Uma confusão total que, embora rotineira, nunca deixou de surpreender, visto que todos dormiam ou apenas adormeciam com as botas bem calçadas, como pregava pelo exemplo pessoal. O comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz sempre viveu na campanha e sobressaltos, atento ao inimigo que espreitava e ele o enfrentava seguro e até à vontade…

Cada um recolheu como pôde os seus pertences pessoais, mas sobretudo as valiosas armas que foram o escudo principal para garantir a vida do seu chefe, a de todos nós; O corre corre e aos trancos e barrancos entraram nos três jipes soviéticos Zill verdes oliva, de quatro portas que já esperavam com motoristas e motores ligados, pela ordem da marcha.

Não mais de 15 minutos se passaram após a partida ao longo da Calle 12 em direção ao cemitério e dali para partir para o Conselho de Estado na Praça da Revolução, quando sem nenhum gesto, apenas supostamente abstraiu-se da leitura de alguns documentos, sem nem olhar para ao seu interlocutor, o Comandante-em-Chefe expressou-se vagarosamente:

“Marinerito, cadê minha AK?”, enquanto virava uma das páginas do documento que lia e continuava a fazê-lo, de óculos na cabeça, pois como míope não precisava deles para ver mais de perto.

Dirigiu-se ao então primeiro-tenente Luis Ignacio Rivero, um de seus escoltas na época, que o acompanhava também em seus treinos subaquáticos e no iate quando os movimentos eram anfíbios, e a quem professava uma amizade carinhosa, como a todos os membros da escolta, que compunham sua outra família.

“Aqui coloco para o senhor, comandante, é que estávamos desmontando para limpeza e não tive tempo”, e dizendo isso, o referido passou a introduzir sob o banco dianteiro direito do jipe, local sempre reservado para o Chefe da Revolução, um rifle ainda engordurado. Essa era a rotina que ele costumava fazer.

“Ei, mas esse não é meu”, respondeu Fidel sem vacilar ou fazer qualquer movimento, enquanto continuava aparentemente concentrado em sua leitura.

Desconcertado e começando a suar, Riverito respondia um tanto ofegante e entrecortado: “Perdoe-me, comandante, mas, para dizer a verdade, não tive tempo de montar o seu e apenas enfiei o meu debaixo do seu assento”.

“Ahhhhh, e aí com qual você ficou, sem nenhum?” O tom de Fidel já era imperioso e recriminador.

Sem esperar resposta, ordenou que o jipe parasse no cruzamento da Calle Colón, em Nuevo Vedado, e abruptamente virou todo o tronco para o acusado, deixando cair os papéis no chão do veículo e acusando-o com o dedo indicador de sua mão direita atacou:

“Quero que saiba e também a todos vocês que me acompanham, vocês cometeram dois erros, um de ficar sem arma para uso pessoal, e o outro, o mais infeliz e que sabem não perdoo jamais, o de mentir, por mais que bem intencionado que poss ser essa ação. Que não aconteça de novo! Vamos andando!”.

Muitos anos depois, já em 1979, enquanto ambos trabalhávamos em uma missão internacionalista no povo irmão da Nicarágua, discutimos isso com Tomás Borge, Ministro do Interior da Nicarágua, Walter Ferreti (Chombito), chefe do incipiente órgão de Contra Inteligência e o índio Juan José, da Segurança Pessoal, que ouviu absorto e indagou como isso foi possível.

Respondemos que era apenas pela elevada responsabilidade que o Comandante-em-Chefe atribuía à sua própria defesa, nem mesmo como proteção pessoal, mas sim consciente de que devia perdurar para garantir a obra do seu povo.

O líder histórico de nossa Revolução evidentemente costumava, sem que ninguém percebesse, verificar com seus calçados, quase sempre botas de cano alto, verificar sentindo apenas com o pé, a presença do fuzil sob o assento.

Mas não era qualquer fuzil pois ao ser-lhe devolvida e trocada por outra detectava-a, portanto, havia alguma peculiaridade no toque com a sua, que só ele dominava e a tornava inconfundível, o que constituía um dos seus medidas constantes de autoproteção.

Por esse motivo, entre outras coisas, conseguiu sobreviver a tantas tentativas de eliminá-lo, quando, desde dezembro de 1959, o coronel JC King, chefe da Divisão do Hemisfério Ocidental da Agência Central de Inteligência (CIA) propôs a seu chefe, Allen Dulles, o assassinato de Fidel Castro como o meio mais expedito para derrubar a Revolução Cubana.

Algumas semanas depois, sua proposta foi autorizada pelo alto comando da CIA, porém, todos os planos para eliminá-lo, absolutamente todos, esbarraram na decisão de um povo de protegê-lo e do seu de aceitá-lo com disciplina, o qual o condecorou para sempre como O Invencível.

arb/ndm/cm

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