Doha, 6 dez (Prensa Latina) O descompasso entre o diretor técnico Fernando Santos e Cristiano Ronaldo atinge hoje níveis despercebidos em meio às expectativas geradas pelo confronto de Portugal contra a Suíça nas oitavas de final do Catar 2022.
Aos 68 anos, Santos tem pela frente o desafio de lidar com o lado menos lúcido de CR7. “Em campo não vi nada, mas o que vi na televisão não gostei nada”, disse o treinador em voz baixa sobre a relação com o pupilo.
“Você está com muita pressa de me expulsar, ¡jódete!”, foram as palavras que o craque português proferiu quando seu técnico decidiu retirá-lo de campo durante o confronto contra a Coreia do Sul, que perdeu a seleção europeia , sem alterar sua condição de classificado do grupo H.
A frase foi a enésima demonstração de irreverência do pentacampeão da Bola de Ouro, que está perto de esgotar a paciência do técnico, dos integrantes da equipe e da torcida que coloca interesses coletivos acima dos individuais.
De fato, vários meios de comunicação falam sobre as más vibrações entre o ex-atacante do Real Madrid e as estrelas Bernardo Silva e Bruno Fernandes, que se tornaram o atual time. A química é notável por sua ausência e as razões são diferentes.
Silva e Fernandes não gostaram do momento escolhido por Ronaldo para a explosiva entrevista a Piers Morgan, na qual criticou o Manchester United enquanto clube e alguns dos seus membros, tudo na antevisão do XXII Mundial.
A situação se agravou com o término do contrato de ambas as partes -informação oficializada pela entidade inglesa- e a “bomba” de um possível acordo entre o atacante e o Al-Nassr, da Arábia Saudita, que se aproximava do duelo contra a seleção suíça no Estádio Lusail, a partir das 22:00 hora local.
A trama desencadeia um incêndio tão perigoso que o jornal A Bola -referência do futebol na nação ibérica- revelou uma pesquisa em que 70% dos entrevistados preferiam que seu artilheiro de todos os tempos não fosse o titular do processo “vida” Ou a morte”.
Na Copa do Mundo, Ronaldo quase não marcou pênalti -de pênalti contra Gana- e seu papel não tem sido decisivo no desempenho da seleção. Muitos chegam a falar de sua ansiedade e de não conseguirem enfrentar uma realidade de sua própria vida: o Catar 2022 será seu último torneio planetário.
Enquanto isso, DT Santos busca uma forma de apagar as chamas: “Resolvemos esse problema entre nós. Agora é pensar no futuro”, disse a dezenas de veículos de comunicação a caminho de disputar uma das duas passagens ainda disponível para as quartas de final da competição no Oriente Médio.
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