Por Yosbel Bullain Correspondente na Nicarágua
A iniciativa, descrita pelo Executivo como abrangente, está sendo implementada em mais de duas mil aldeias do país centro-americano, onde serão beneficiadas cerca de 400 mil famílias.
Recentemente, a chefe de Estado hondurenha destacou os esforços do governo para implementar esse programa, que, segundo ela, é o mais delicado de sua gestão, pois está voltado para os setores mais carentes.
A Rede Solidária não é um programa de caridade, mas de cuidado, prevenção e principalmente de apoio às famílias para que saiam das condições em que se encontram, explicou.
Da mesma forma, destacou a responsabilidade do governo em reconstruir o estado de direito e restaurar a confiança e a dignidade perdidas nos últimos 12 anos ao povo hondurenho.
Não falo de sonhos, mas sim de realidades e digo-vos que se há algo que me caracteriza é a palavra; quando o prometo, dou minha vida para cumpri-lo e muito mais quando é dada a este povo que tanto se sacrificou nos últimos anos, acrescentou.
Nesse sentido, lembrou que a referida iniciativa começou durante o governo do ex-presidente Manuel Zelaya (2006-2009).
Naquela época havia 1.027 aldeias onde havia pobreza extrema, mas infelizmente em 12 anos de governos neoliberais, hoje verificamos que a pobreza cresceu 17 por cento, disse ela.
ABORDAGEM ECONÔMICA
Para o analista político Alejandro Bonilla, a Rede Solidária não é um projeto assistencial como fizeram os programas neoliberais, que acabaram empobrecendo ainda mais os hondurenhos. “Está focado na recuperação econômica para que as pessoas possam progredir”, disse Bonilla em diálogo com a Prensa Latina.
O também militante do partido Libertad y Refundación (Libre) destacou que entre os objetivos do governo está incorporar, como parte vital do desenvolvimento econômico do país, milhares de pessoas que vivem na pobreza.
“Seu eixo fundamental é a criação de caixas econômicas rurais, a participação das mulheres, os bônus para idosos e pessoas com deficiência”, explicou.
Bonilla lembrou que os governos anteriores deixaram um índice de mais de 40% de pessoas na miséria, e a missão da primeira mulher presidente de Honduras é tentar erradicar a pobreza existente no país.
BENEFÍCIO SOCIAL
Para o governo do país dos pinheiros, a iniciativa Rede Solidária é de vital importância, pois dá continuidade à estratégia implementada pelo governo do ex-presidente Manuel Zelaya antes do golpe de Estado de 2009.
O projeto tem alto benefício social e é acolhido nas comunidades mais humildes do país, onde trabalham para melhorar as moradias e garantir a educação com a construção de escolas equipadas com livros didáticos.
Além disso, para os alunos com excelência acadêmica, o governo de Xiomara Castro concederá bolsas de estudo com vistas à continuidade dos estudos.
Da mesma forma, será garantida a devida atenção às mulheres grávidas, enquanto para as crianças menores de cinco anos com níveis de desnutrição, serão buscadas alternativas para ajudá-las a progredir.
Durante o lançamento do programa em 16 de novembro no departamento de Copán (nordeste), a presidenta hondurenha destacou a importância da alfabetização de adultos que nunca receberam educação.
Outra das possibilidades oferecidas pelo programa Rede Solidária é capacitar seus beneficiários para a formação de micro e pequenos negócios nas comunidades humildes da nação centro-americana.
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Respaldam no Líbano apelo ao diálogo nas eleições presidenciais
Beirute, 11 dez (Prensa Latina) Deputados, partidos políticos e líderes religiosos apoiam hoje o apelo ao diálogo do chefe do Parlamento, Nabih Berri, para eleger o próximo presidente da República Libanesa.
Ao final da sexta semana de vácuo de poder, o Partido Socialista Progressista reiterou que somente o caminho do entendimento poderá abrir uma brecha no muro fechado para frear o foco destrutivo sobre a nação.
O chefe do bloco Encontro Democrático, Taymour Jumblatt, acolheu o apelo de Berri e insistiu na necessidade de nomear um presidente que possa implementar a Constituição e as reformas, a fim de aliviar o fardo do cidadão devido à instabilidade econômica, social e hospitalar.
Sobre a urgência do diálogo, o deputado salientou que não há como fugir a um acordo entre as forças políticas, depois de chegado ao impasse e ao estado de estagnação e obstrução das eleições presidenciais.
Nessa linha de pensamento, o secretário do bloco Nacional de Moderação, Hadi Hobeish, destacou que o Líbano não pode mais tolerar disputas políticas e a única solução para salvar a nação é pelo entendimento.
Hobeish pediu aos blocos políticos que elevem seus próprios interesses em troca do interesse do país e de suas instituições; e nesse sentido, ele pediu para continuar o caminho do líder legislativo Berri.
Com relação ao cenário eleitoral, o deputado Hani Qubeissi considerou que a maioria dos políticos no Líbano não busca a unidade interna, mas a linguagem sectária.
O representante do movimento xiita Amal acrescentou que na nação alguns costumam semear diferenças, discórdia, segregação e divisão, ao serviço de decisões externas.
Por seu lado, o Secretário-Geral Adjunto do Hezbollah, Sheikh Naim Qassem, disse que a Resistência Islâmica dá prioridade nesta fase à nomeação do Presidente da República o mais rapidamente possível e ao atendimento das necessidades e exigências do povo.
Naim Qassem apontou que o novo chefe de Estado deve ter três características básicas: patrocinar um plano de resgate econômico financeiro, capacidade de comunicar e cooperar com todas as partes, e não ser provocador, mas trabalhar com calma para abordar assuntos polêmicos no país.
Nesse contexto, o bloco parlamentar de Baalbek-Hermel condenou a intervenção dos Estados Unidos na vida política e econômica do Líbano, ao obstruir os assuntos presidenciais e governamentais.
Por meio de nota, os deputados indicaram que o governo dos EUA está refletindo sobre a interferência na arena libanesa, por meio de sua embaixada e aliados, acompanhada do bloqueio financeiro e sanções.
Desde o último dia 29 de setembro, o Líbano tenta nomear o 14º presidente após a independência; no entanto, nenhum candidato da comunidade cristã maronita recebeu a maioria exigida de 65 votos depois de ter falhado em nove sessões parlamentares.
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