O republicano está no centro das investigações daquele órgão governamental por suas supostas tentativas de frustrar a passagem ao poder do vencedor das eleições de 2020, Joe Biden, tendo como ponto de inflexão, o assalto ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, e a retenção de documentos sigilosos em sua mansão Mar-a-Lago, mais de um ano depois de deixar o Salão Oval.
De acordo com uma análise da CNN, atualmente não há indicação de que haverá uma acusação, mas “prevalece a sensação de que Trump está se aproximando de um momento de máximo perigo legal”.
A rede explica que há suspeitas de uma investigação cada vez mais agressiva do procurador especial Jack Smith, bem como a realidade de um calendário que oferece tempo limitado, já que em novembro o ex-presidente lançou sua candidatura à reeleição e eventuais acusações devem ser feitas antes que a campanha de 2024 esteja em pleno andamento.
Trump também pode estar preocupado com o fato de que em 21 de dezembro o comitê da Câmara dos Deputados que investiga o ataque de 6 de janeiro publicará seu relatório final, com depoimentos e outras evidências sobre os distúrbios, e até disse que colaborará com o DOJ em suas investigações.
Reportagens recentes da imprensa indicaram que Smith está acelerando a investigação, e sua equipe citou o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a quem o então presidente ligou para convencê-lo a “encontrar” votos suficientes para anular a vitória de Biden no estado, em 2020.
O promotor também convocou o ex-assessor de Trump, Stephen Miller, e dois ex-estrategistas jurídicos da Casa Branca.
Para Preet Bharara, ex-advogado do Distrito Sul de Nova York, a nomeação de Smith para liderar as investigações sobre o magnata e a formação de uma equipe experiente representam más notícias para Trump.
“Não acho que eles teriam deixado seus antigos cargos, tanto no governo quanto na prática privada, a menos que houvesse uma possibilidade séria de que o Departamento de Justiça estivesse a caminho de processar. E acho que isso acontecerá em um mês”, disse.
Segundo reportagem do jornal The Hill, há provas suficientes para indiciar o ex-presidente, e entre os crimes que ele pode ter cometido estão aliciamento para fraude eleitoral, violação das leis RICO (com penas de extorsão), Espionagem e Obstrução de justiça.
Na opinião dos juristas, das duas investigações do DOJ, a dos arquivos sigilosos pode andar mais rápido, depois de várias tentativas fracassadas de Trump na Justiça de atrasá-la.
Entretanto, o republicano nega qualquer irregularidade, sugeriu que a nomeação de um procurador especial teve motivação política e recusou-se a colaborar com as investigações.
Como aponta a CNN, qualquer decisão de indiciar o nova-iorquino desencadearia uma furiosa reação política e, como o movimento de apoio ao ex-presidente já mostrou que ele vê a violência como uma ferramenta legítima, as coisas podem ficar especialmente perigosas.
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