Do Palácio de las Garzas (sede do Executivo) uma mensagem garante que as atividades por ocasião do Dia do Luto Nacional começarão com uma visita ao cemitério Jardín de Paz, nesta capital, para homenagear as vítimas do ataque em 20 de dezembro de 1989.
Dos atos protocolares também consta uma invocação religiosa do Arcebispo do Panamá, Dom José Domingo Ulloa.
Também falarão Trinidad Ayola, presidente da Associação de Parentes Caídos, e o novo chefe da Comissão 20 de Dezembro, Rolando Murgas; enquanto o Presidente da República, Laurentino Cortizo, se dirigirá à nação.
A respeito do ocorrido, a advogada Gilma Camargo disse ao jornal La Estrella de Panamá que deve ser aberta uma avaliação que inclua indenização às vítimas, após anos de consequências por inação e obstrução dos Estados Unidos.
Os historiadores estimam que a chamada Causa Justa, cujos supostos objetivos eram acabar com a suposta ditadura, capturar o ex-general Manuel Antonio Noriega, restaurar a democracia e proporcionar bem-estar ao povo, na verdade levou a morte ao bairro mártir de El Chorrillo.
Além das perdas humanas, esta invasão provocou a destruição de grande parte das infraestruturas do Panamá, deixando milhares de pessoas desabrigadas, forçadas a abandonar suas casas, refugiando-se em outros territórios.
Embora a capital tenha sido a mais atingida por esta operação de guerra, também houve vítimas na província caribenha de Colón e em Río Hato, áreas bombardeadas e queimadas indiscriminadamente.
O alto número de casas e prédios destruídos pela invasão mostra que as tropas do Pentágono não fizeram o menor esforço para se limitar a alvos militares e evitar danos à vida e ao patrimônio da população civil panamenha.
Para ativistas sociais, a invasão não recebeu a condenação internacional necessária, apesar de um relatório de 2018 da Comissão Interamericana de Direitos Humanos ter julgado Washington pelas violações perpetradas e instado seu governo a indenizar as vítimas.
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