Na véspera, a Câmara aprovou, em primeiro turno, por 331 votos a favor e 168 contra, o conteúdo da PEC.
Como esperado, os legisladores de direita e liberais que compõem a bancada que apoia o derrotado presidente de ultradireita Jair Bolsonaro se opuseram.
Os parlamentares também votaram em dois pontos pendentes, sugestões de emendas ao texto, sendo uma delas aprovada e a outra rejeitada.
Da mesma forma, reduziram o prazo de aplicação do programa social para um ano, ao invés dos dois que contemplava o projeto aprovado anteriormente no Senado.
Pouco depois, o presidente da assembleia, Arthur Lira, anunciou que o último destaque, e segundo turno de votação, acontecerá nesta quarta-feira.
O argumento amplia o teto de gastos e, com isso, libera o orçamento para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva continuar pagando R$ 600 (cerca de R$ 112) do Bolsa Família em 2023.
Apesar de no domingo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ter decidido que os recursos para financiar o Bolsa Família devem ficar fora do teto de gastos (regra fiscal que limita os gastos públicos), a equipe governista eleita segue defendendo a aprovação da PEC.
A iniciativa é a grande aposta de Lula para cumprir as principais promessas de campanha, incluindo uma cota adicional de 150 reais (28 dólares) para cada criança de até seis anos.
Da mesma forma, tem até o final de agosto para o novo governo enviar ao Congresso um novo regime tributário para substituir o teto de gastos.
A decisão do STF nesta segunda-feira de considerar inconstitucional o chamado orçamento secreto deve dar poder de negociação a Lira.
Este mecanismo de clareza e transparência incertas que o Parlamento aplica desde 2019 e permite que os legisladores decidam sobre os orçamentos do Estado, sem consultar o Executivo.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, a PEC precisa ser aprovada por 308 parlamentares, em dois turnos de votação. Em caso de modificação, a matéria precisará retornar para análise dos senadores.
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