“Pedimos igualdade de tratamento processual, ou seja, o Ministério Público tem a obrigação de identificar os mandantes, autores materiais, cúmplices e cúmplices após os crimes”, afirma o documento.
O texto foi publicado no âmbito da imputação e prisão preventiva do governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, no âmbito do caso Golpe de Estado I em que a conspiração que abriu caminho para o acesso ilegal de Jeanine Áñez à presidência, a imposição de um governo de fato e os crimes cometidos na repressão contra aqueles que exigiam o restabelecimento da ordem constitucional.
Segundo a carta, os culpados mediatos seriam líderes cívicos, sociais, políticos e funcionários públicos.
A Associação de Vítimas do Massacre de Senkata lembra que, em novembro de 2019, na cidade de El Alto, “um grupo de republicanos, políticos” definidos com a ideologia da direita, tentou enviar uma mensagem de “medo sinistro” a nome de uma suposta pacificação.
Acrescenta que este grupo acordou com a hierarquia católica, pastores cristãos, donos de meios de comunicação, chefes de comitês cívicos e hierarquia militar e policial para, por meio de um decreto e um plano de operações, usar armas de fogo contra os “filhos de aimarás e quíchuas”.
Ressalta que agora os funcionários estatais e civis, que concordaram com a violação dos direitos humanos, exigem que os seus sejam respeitados.
Critica a afirmação de que esses elementos afirmam hipocritamente que não cometeram crimes ou graves violações dos direitos humanos, e escondem covardemente seus atos com a palavra “erros”.
De acordo com a carta da Associação, há dois processos-crime abertos em dezembro de 2019.
Um deles, descrevem as vítimas, está localizado na Promotoria de Cochabamba pelo massacre de Sacaba, e o outro na cidade de El Alto, pelo massacre de Senkata.
O texto lamenta que, após três anos de investigação, “o Ministério Público não tenha feito denúncia pelos crimes de 2019”.
Como resultado dos massacres de Sacaba e Senkata, 38 pessoas foram mortas e centenas feridas, pelo que a Comissão de Promoção da Justiça liderada pelo advogado Aldo Michel apresentou várias ações e denúncias perante as autoridades competentes.
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PL-10
2022-12-31T00:41:46