Os protagonistas, popularmente conhecidos como barbudos, deixaram suas trincheiras na Serra Maestra e nas cidades, baluartes da luta e da vitória contra o ditador Fulgêncio Batista, para se somar à recepção e ao clamor popular durante sua passagem pelas diferentes cidades.
Até o dia 8 de janeiro, a caravana percorreu Bayamo, Las Tunas, Camagüey, Ciego de Ávila, Santi Spíritus, Santa Clara, Cienfuegos, Matanzas e a capital e, a cada parada, Fidel Castro explicava os passos a seguir no cumprimento do Programa de Moncada, descrito n’A História me Absolverá.
Em sua última parada, o advogado e dirigente disse: “as forças revolucionárias parecem vitoriosas; o governo está constituído, reconhecido por muitos países do mundo, parece que a paz foi conquistada e, no entanto, não devemos ser otimistas”.
O dirigente indicou no então Quartel Columbia como, embora os cidadãos riam, se alegrassem e mostrassem seu júbilo, “maior era nossa preocupação, porque maior era também nossa responsabilidade perante a história e perante o povo de Cuba”.
A segunda metade do século XX significou o agravamento da deplorável realidade em todas as esferas da nação caribenha e, por sua vez, representou a ascensão do movimento revolucionário, a conscientização coletiva e uma força popular imparável que não desistiu de seus esforços para derrubar Batista e seus aliados.
O ex-comandante do Exército Rebelde, o compositor e escritor Juan Almeida Bosque, falecido em 2009, afirmou certa vez que o cenário político, social e econômico da ilha naquela época refletia “submissão incondicional aos Estados Unidos”.
Ele também detalhou várias peculiaridades da época, como corrupção administrativa, falta de emprego, alguns sindicatos dissolvidos e outros nas mãos de bandidos; da mesma forma, o assassinato de líderes estudantis e operários, despejos de camponeses, perseguições e roubos do tesouro público.
Almeida insistiu no golpe de estado de 10 de março de 1952 e na necessidade de unidade diante de uma forte e poderosa tirania com suas forças armadas, aviões e tanques; então, aquela frase de Carlos Manuel de Céspedes foi essencial: “tivemos que atacar com a vergonha”.
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