“Dado que a Autoridade de Parcerias Público-Privadas manteve em absoluto sigilo a negociação e adjudicação de propostas de geração de energia, é meritório que a Assembleia Legislativa, que representa todos os porto-riquenhos, investigue as questões relacionadas com a negociação do contrato”, indicou o deputado Jesús Manuel Ortiz.
Juntamente com seus correligionários do Partido Popular Democrático (PPD) José Rivera Madera e Héctor Ferrer Santiago, o legislador apresentou as resoluções destinadas a apurar as negociações com a empresa Genera PR relacionadas com a transferência da administração de geração do AEE, como parte de um processo de desmantelamento da empresa pública.
Ortiz, que preside a Comissão de Governo da Câmara, disse que o governo não fiscalizou adequadamente o cumprimento do contrato da LUMA Energy, então agora pretende fazer o mesmo com a geração de energia sem oferecer ao país os detalhes do contrato, sem a certeza sobre o que acontecerá com os funcionários e quanto custará a Porto Rico.
“O governo de Pierluisi não pode continuar a governar e negociar a portas fechadas; chega de esconder as negociações do país escondendo informações importantes que vão impactar a todos nós no longo prazo”, acrescentou.
Os deputados enfatizaram que a Lei 120 de 2018 para transformar o Sistema Elétrico de Porto Rico estabelece que todos os ativos da AEE não podem ser vendidos ou cedidos a um único contratante.
“Isso contrasta com a pouca informação que tem surgido que dá um único consórcio de geração de energia na Ilha”, afirmaram os deputados do PPD.
O parlamentar Rivera Madera questionou a escolha do consórcio Genera PR, já que um de seus integrantes tem denúncias perante o governo federal dos Estados Unidos por descumprimento de normas.
“O consórcio que o governo escolheu é uma subsidiária da empresa Fortaleza Nova que se dedica à comercialização de combustíveis e gás natural; isso significa que a Genera PR vai comprar da Nova Fortaleza e o negócio vai ficar entre elas”, argumentou.
Entretanto, Ferrer Santiago manifestou que a sua principal preocupação é o custo que as pessoas terão a médio e longo prazo com o custo da eletricidade.
“Parece-nos insustentável que, sem a entrada em vigor do contrato, tenhamos de pagar as despesas operacionais da transação, acrescidas do custo de geração das empresas privatizadoras”, frisou.
Assim como a LUMA Energy, são as pessoas que vão pagar pelas más decisões deste governo ao privatizar serviços básicos como a geração de eletricidade, disse Ferrer Santiago.
Para os legisladores, Porto Rico precisa ter desenvolvimento econômico e parte fundamental é ter um sistema econômico eficiente e confiável.
Pierluisi, que preside o anexionista Novo Partido Progressista (PNP), destacou que os detalhes da negociação serão conhecidos após a formalização do contrato, como aconteceu com o consórcio canadense-americano LUMA Energy.
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