23 de November de 2024
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Poeta indígena analisará de Cuba construção da paz na Colômbia

Poeta indígena analisará de Cuba construção da paz na Colômbia

Por Danay Galletti Hernandez

Havana, 10 fev (Prensa Latina) O poeta e artesã indígena Ángela Mavisoy participará de hoje em conversações ligadas à busca da paz total na Colômbia, país convidado de honra na Feira Internacional do Livro de Havana.

Em declarações à Prensa Latina, a intelectual, do povo KamÔntsa Biya de BÔngbe Uaman Tabanok, anunciou que participará de dois cenários de análise: As vozes da poesia, escrita e oralidade do território dos povos originários da Colômbia, e Conciliar o ser humano com o planeta. Estas iniciativas permitem, na sua opinião, “tecer laços de aprendizagem muito fortes, desde experiências e realidades, por isso tenho certeza de que contribuirão para a transformação que se busca”.

O destaque da nação sul-americana no certame literário contribui, em sua opinião, para a visibilidade das mudanças políticas vividas naquele território, que também incluem a abordagem às comunidades e aos diversos contextos sociais

“Cuba é testemunha desta exploração e transformação, por isso, este encontro é precisamente uma oportunidade para os reafirmar desde arte, cultura e, sobretudo, sensibilidade no tema central que nos une: a paz total”, afirmou.

Como a literatura e, principalmente, a poesia, a ajudam a expressar as origens e lutas de seu povo e suas próprias batalhas como mulher indígena?

“A palavra contribuiu para a fundação de uma harmonia de ser com a terra e elementos sagrados. É fundamental na conexão do ser humano com seu meio e no estabelecimento de um diálogo, em linguagem cerimonial, que permita um tratamento respeitoso e prudente. Dessa forma, o trato amigável, no mundo ocidental, é considerado poesia”.

Para Mavisoy, essas frases compartilhadas em lugares díspares também representam um chamado ao vínculo com a mãe terra, para cuidar e preservar o “tsbatsanamama”, de “os saberes ancestrais dos povos nativos como forma de resistência e sobrevivência”.

Nesse caminho sinuoso, o livro significa para o criador indígena “um valioso guardião da memória e do conhecimento antigo”, embora nas comunidades ancestrais “tenha sido útil recentemente, uma vez que a escrita se manifestou em tecidos e símbolos”.

Relativamente à leitura, considerou que “a intenção é partilhar os usos e costumes associados à harmonia, à empatia e à fraternidade, uma vez que tudo à nossa volta se lê: elementos, seres humanos, rostos, sociedades e sofrimentos”.

Mavisoy também mencionou que as cartas colombianas mostram as verdades daquela terra, desde as crônicas alusivas à conquista e usurpação, até à guerra, motivo de indignação e inspiração mais recente para os escritores.

Do mesmo modo, espera que, em eventos como a feira do livro, estejam presentes as raízes, os acontecimentos contemporâneos da zona e das sociedades afetadas por diferentes conflitos, onde os escritores “testemunham esses acontecimentos e difundem o quotidiano. ”

“Precisamos do outro para existir, criar, curar e amar, por isso esses espaços são relevantes, pois não só nos permitem falar, mas também nos ouvir a partir de experiências pessoais, transmitir histórias e modos de sentir, e dar continuidade à nossa história como região”, concluiu.

jcm/dgh/ls

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