A câmara alta é dominada pelos conservadores (Os Republicanos), que no geral apoiam a polêmica extensão da idade legal de aposentadoria de 62 para 64 anos, uma proposta que gera a rejeição unânime dos sindicatos e da oposição de esquerda e extrema direita.
No entanto, o partido no poder terá de fazer concessões, que parece disposto a ceder, para que a direita tradicional acompanhe a sua iniciativa, questionada pela maioria dos franceses, segundo as sondagens.
Os republicanos pretendem modificar o texto da reforma, em temas como carreiras longas e mulheres, e poderão restaurar “o índice de idosos” eliminado na Assembleia, onde as cerca de 20 mil emendas introduzidas impediram sequer chegar ao artigo sétimo nos debates, seção que contém a extensão da idade legal de aposentadoria.
A França Insubmissa (LFI), que apresentou a maioria das emendas na Câmara do Palácio Bourbon, não está no Senado, e as regras são diferentes, então o Governo confia na votação de seu projeto, embora isso não implique uma decisão final.
Ao contrário da Assembleia Nacional, em que houve nove sessões para discutir a reforma em primeira leitura, no Senado serão onze.
Entretanto, a Intersindical, movimento liderado pelos oito principais sindicatos do país, cria condições para a realização de uma greve geral dia 7 de março que paralisa a França, com a opção de a prolongar no tempo, caso o Executivo mantenha a sua iniciativa, nomeadamente a aposentadoria aos 64 anos.
Os sindicatos anunciaram que vão aumentar a pressão contra a reforma, depois de levar milhões de pessoas às ruas em protestos nos dias 19 e 31 de janeiro e 7, 11 e 16 de fevereiro.
O pulso social e político parece longo, já que o Governo descarta voltar atrás no seu projeto, o que justifica com uma pretensa urgência para evitar o colapso financeiro do sistema de pensões nos próximos anos, assente no défice acumulado multimilionário.
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