Por Roberto F. Campos
Jornalista Escrita Econômica
Traçar o trabalho do setor turístico de Santiago no caminho do sucesso, potencializando as possibilidades da cidade, em matéria hoteleira e não hoteleira é o principal objetivo das autoridades para este ano.
No relatório sobre a gestão do setor em 2022, são reconhecidos os desafios do ramo: comercialização e qualidade dos serviços, sem perder de vista os atrativos naturais, culturais e patrimoniais.
Essas atrações podem cativar mais caminhantes este ano, superando os quase 202 km que chegaram em 2022.
O documento indica que cada instalação conhece as suas deficiências e o caminho a seguir para erradicá-las, por exemplo, que as Agências de Viagens, as instalações hoteleiras e extra-hoteleiras e o ecoturismo apliquem métodos para melhorar a informação desse cenário classificado entre os principais interesses. Até o ministro cubano do Turismo, Juan Carlos García, expressou a relevância deste território no panorama da indústria de viagens em todo o país.
UM HOTEL NA MARAVILHA DO ORIENTE
Para o passeio por Santiago, uma recomendação tem a ver com os encantos da região, como é o caso do local chamado La Gran Piedra, onde há um maravilhoso hotel para os amantes do turismo de natureza.
É um alojamento para pessoas que preferem passar férias ativas, caminhadas e caminhadas.
Publicações eletrônicas como Good Trip to Cuba comentam que seu nome deriva de um dos valores geológicos mais importantes desta nação caribenha, um enorme bloco de rocha de origem vulcânica com 51 metros de comprimento, 25 metros de altura e 30 metros de largura, e pesando cerca de 70 mil toneladas.
Essas dimensões até lhe deram o recorde do Guinness por ser a rocha mais alta de seu tamanho no mundo.
A cerca de 26 quilômetros de Santiago de Cuba, na região leste deste país, o hotel está localizado na Reserva da Biosfera Parque Baconao, uma área de grandes atrativos históricos, patrimoniais e paisagísticos.
Muitas belezas aguardam os turistas nestas alturas -quase 1.234 metros acima do nível do mar- e a apenas um quilômetro está o Jardim Botânico, onde espécies da flora excepcionalmente cultivadas como a ave-do-paraíso, dálias, magnólias e outras de climas frios.
Para os caminhantes hospedados no hotel, subir os 459 degraus até o mirante da elevação costuma ser uma experiência inesquecível.
TURISMO FUNERAL, SANTA IFIGÊNIA
Outra recomendação imperdível diz respeito ao cemitério de Santa Ifigenia, que, além de guardar os restos mortais do Herói Nacional cubano José Martí, é o mais antigo desta nação, e hoje é parada obrigatória dos viajantes.
Outro dos motivos recentes é o túmulo que guarda as cinzas do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, falecido em novembro de 2016.
É uma espécie de local de peregrinação, primeiro para os locais e atualmente para muitos estrangeiros, já que ali está o Mausoléu de Martí, reconhecido como o mais universal dos cubanos.
Tais detalhes são explicados pelos especialistas do cemitério, que comentam que é Monumento Nacional desde 1937, o cemitério mais antigo de Cuba, inaugurado em 28 de abril de 1868, e em sua parte original está o túmulo mais antigo, o da família Navarro, datado de 25 de abril de 1868.
No entanto, um impacto fundamental pode ser que ali repousam 32 generais das guerras de independência de Cuba, 28 dos quais eram do Oriente.
Os outros citados são Ramón Leocadio Bonachea, da Sancti Spíritus; Matías Vegas Alemán, das Ilhas Canárias, Espanha, ou o canadiano William O´Ryan, cujo túmulo está muito próximo de Perucho Figueredo, o compositor do Hino Nacional.
Há também os restos mortais dos generais José Maceo, Rafael Maceo, Guillermo Moncada, Flor Crombet, Luis Martí e Silverio del Prado, uma constelação de heróis dessas guerras.
O mausoléu mais importante é dedicado a José Martí (Havana 1853- Dos Ríos, Oriente 1895) que descansou com os veteranos de 1947 a 1951, quando foi inaugurado em 30 de junho o túmulo atual, o mais importante de todo o cemitério e de Cuba.
A parte mais antiga do cemitério tem túmulos fechados perpetuamente, pois funciona como um museu ao ar livre, e depois de um parque divisório, estão os túmulos do estado. Tudo é patrimônio histórico e cultural da cidade de Santiago.
Lá está a lápide dedicada a Federico Capdevila, defensor dos estudantes de medicina fuzilados em 27 de novembro de 1871, pois seus restos mortais repousam agora em Havana, no Cemitério de Colombo
Outra novidade são as bandeiras cubanas, como o movimento 26 de julho, que deu a vitória à Revolução Cubana em 1959.
Os guias apontam que quando aparecem as duas bandeiras significa que ali repousa um combatente clandestino. A maior porcentagem de mártires cubanos está em Santa Ifigênia, por isso López a destaca como a mais importante de todo o país.
Da mesma forma, há o túmulo de um soldado de serviço dos espanhóis que lutaram em favor de sua metrópole.
Outro dos mausoléus do cemitério é o de Carlos Manuel de Céspedes, Pai da Pátria, que em 10 de outubro de 1868 deu liberdade aos seus escravos para que se juntassem à luta pela independência.
A obra é do italiano Salvatore Bonne, elevada em mármore de Carrara, com correntes quebradas em expressão de liberdade, e o louro simbolizando a glória; este mausoléu foi inaugurado em 7 de dezembro de 1910.
Acompanham este túmulo a bandeira hasteada no engenho La Demajagua no dia da libertação dos escravos, semelhante à do Chile, mas com cores diferentes, feita pela esposa de Céspedes Candelaria Acosta, e a bandeira cubana.
Este último, o atual, trazido em 1850 por Narciso López, ex-oficial espanhol nacionalizado, de origem venezuelana, que desembarcou por Cárdenas, no oeste de Cuba (daí o apelido de Ciudad Bandera para aquela cidade da província de Matanzas).
Mas este é também o cemitério da música e dos artistas, com o seu Caminho dos Trovadores com os restos mortais de Pepe Sánchez, criador do filho, e de muitas celebridades, entre as quais Francisco Repilado Compay II, que junto com o Buena Vista Social Club percorreu o mundo.
E o curioso da tumba deste último é que seus restos mortais repousam onde nasceu, na areia da praia de Siboney, a mais popular de Santiago de Cuba. Em sua lápide está o nome de sua última canção, Las flores de la vida, e flores, seu violão e chapéu, esculpidos em bronze.
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