Ao final de dois dias de debates parlamentares, as forças de esquerda obtiveram 201 votos contra a iniciativa Vox, 53 a favor e 91 abstenções (do conservador Partido Popular (PP) e dois dissidentes de uma organização de Navarra).

O primeiro-ministro , Pedro Sánchez, qualificou o ato de fraude constitucional e acusou o veterano economista Ramón Tamames de ter pouco respeito pelo Congresso, além de deplorar a ausência do líder do PP, Alberto Núñez Feijóo.

Tamames foi a figura usada pelo Vox para avançar a moção de censura contra o Executivo, que se sabia ter sido derrotado antecipadamente, mas serviu para esquentar o clima para as próximas eleições municipais e regionais em 28 de maio.

“Será a história que julgará a política de terra arrasada que o Vox praticou”, disse Sánchez em sua segunda intervenção, depois de ontem.

As duas sessões também permitiram projetar definitivamente a segunda vice-presidente e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, como candidata ao Palácio da Moncloa nas eleições de novembro, algo que será oficializado em 2 de abril.

Díaz, a figura máxima do bloco Unidos Podemos, o partido minoritário do governo socialista de Sánchez, anunciará seu desejo de liderar um movimento que leva o nome de Sumar e que se tornará claramente um partido político.

Tamames, em suas diferentes aparições, apresentava inúmeras inconsistências além de pagar o peso de sua idade, 89 anos, ao adormecer na câmara.

Gabriel Rufián, porta-voz da Câmara Baixa da Esquerda Republicana da Catalunha, lamentou “a forma como Tamames envelheceu, passando de vermelho ao fascio”, sobre o seu passado comunista e agora içar uma ideia de ultradireita.

Ele descreveu ao economista como um homem de muita leitura, mas também com muita vontade de aparecer na TV.

Por seu lado, Unidos Podemos qualificou de paralisadora a moção de censura do Vox, que “não fornece nenhuma solução e é grotesca”.

A conferência facilitou ainda a intervenção da porta-voz do PP, Cuca Gamarra, que lançou duros dardos contra o chefe do Governo e os seus ministros e declarou-se convencida de que os conservadores da sua organização regressarão este ano a Moncloa

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