Fontes do Palácio da Moncloa, em briefing telemático com jornalistas, sublinharam hoje que o gigante sul-americano é um dos players relevantes na América Latina e Caribe, sendo que a chegada de Lula da Silva marca um momento transcendental.
A Espanha assumirá a presidência da União Europeia (UE) a partir do próximo dia 1 de julho e espera estreitar os laços com a América Latina e o Caribe, pelo que promoveu a iniciativa de restabelecer as cimeiras entre os dois blocos.
Nos dias 17 e 18 de julho, a cúpula UE-Celac será realizada em Bruxelas e, entre outros temas, Madri quer se firmar como uma ponte para aumentar a cooperação e o intercâmbio com a América Latina e o Caribe, segundo fontes oficiais.
Nesse contexto, o Brasil é um ator relevante que com Lula da Silva quer finalizar um acordo Mercosul-UE, algo que a Espanha privilegiará respeitando diferentes posições, tanto na América do Sul quanto na Europa.
Um fórum empresarial com a presença do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, dos seus três vice-presidentes e numerosos ministros, terá como contrapartida uma delegação brasileira semelhante chefiada por Lula da Silva.
Sánchez tem repetido várias vezes que toda a presença empresarial da Espanha no Brasil é pequena, ao mesmo tempo em que defende a ampliação das relações.
Um dos aspectos que os dois governantes vão tratar será o caso da Ucrânia, sobre o qual há um ponto comum, fazer todos os esforços possíveis a favor da paz, mas com discrepâncias noutros elementos.
De Portugal, Lula da Silva destacou que, ao mesmo tempo que entende o papel da Europa na guerra da Ucrânia, é preciso entender também a posição do Brasil, que continuará buscando a paz.
“O Brasil voltou a ser protagonista internacional. Por isso estou me dedicando exclusivamente a tentar parar de falar em guerra e construir a paz, para que possamos produzir, para que a humanidade viva melhor”, declarou.
Os reis Felipe VI e Sánchez serão os principais anfitriões do presidente brasileiro, que busca estreitar os laços com a Espanha, segundo país com mais investimentos no gigante sul-americano depois dos Estados Unidos.
A convite de Sua Majestade, Felipe VI oferecerá um almoço no Palácio Real de Madri, antes de assinar vários acordos focados no avanço das relações bilaterais em Moncloa.
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