23 de November de 2024
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Retirada do La Niña, dá lugar ao temível El Niño

Retirada do La Niña, dá lugar ao temível El Niño

Havana (Prensa Latina) Depois de uma presença prolongada de três anos, o La Niña está se afastando do panorama atmosférico global e dando lugar a uma provável transição iminente do El Niño, fenômeno que normalmente distribui os padrões climáticos na direção oposta.

Por Cira Rodrigues

Chefe da Redação de Ciência e Tecnologia

Tal transição poderia trazer alívio para algumas áreas afetadas pela seca, como o Chifre da África, mas poderia significar problemas para outras partes daquele continente, América Central e Extremo Oriente.

Previsões da Organização Meteorológica Mundial indicam que há 55% de chance de que o El Niño ocorra no segundo semestre de 2023, o que pode levar a um aumento global das temperaturas e alterar os padrões de ventos e precipitação de diferentes pontos do planeta.

Um novo relatório do Sistema Global de Informação e Alerta Precoce sobre Alimentos e Agricultura da Divisão de Mercados e Comércio e do Escritório de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mostra preocupação especialmente com África Austral, América Central e Caribe e partes da Ásia.

Como vários países dessas regiões já registram altos níveis de insegurança alimentar aguda, importantes temporadas agrícolas estão sujeitas a padrões climáticos mais secos, característicos do El Niño.

Nas partes do norte da América do Sul também existe o risco de uma possível seca, enquanto a Austrália normalmente vê uma diminuição na precipitação.

Assim, diante do número sem precedentes de pessoas que sofrem de insegurança alimentar aguda, a FAO examina as áreas do planeta especialmente vulneráveis ao El Niño e as ações preventivas que podem ser tomadas para mitigar seus riscos.

Para o chefe do Gabinete de Emergências e Resiliência da agência alimentar das Nações Unidas, Rein Paulsen, os alertas precoces implicam a necessidade de agir preventivamente e apoiar os países membros na medida em que os recursos o permitem.

Após os eventos do El Niño de 2015 e 2016, que afetaram mais de 60 milhões de pessoas em cerca de 23 países, a FAO está trabalhando diligentemente com seus membros, incluindo muitos que provavelmente verão sua segurança alimentar afetada pela chegada desse fenômeno.

Da mesma forma, propõe-se trabalhar com outras agências da ONU para estabelecer planos de ação e protocolos preventivos.

Procedimentos operacionais padrão foram desenvolvidos para agilizar intervenções oportunas, como estabelecer depósitos comunitários de sementes, determinar reservas estratégicas de alimentos e fortalecer campanhas de vigilância da saúde animal.

Nesse sentido, já foram elaborados protocolos de ação preventiva contra a seca em Burkina Faso, Chade, Níger, sul de Madagascar, Malawi, Zimbábue, Filipinas, Paquistão e América Central, e espera-se uma ação precoce em coordenação com governos e associados em caso as previsões se concretizem a partir de junho.

MENINA E MENINO NA CORRIDA DE REVEZAMENTO

El Niño e La Niña são diferentes fases de um padrão climático que ocorre recorrentemente na zona tropical do Oceano Pacífico e é chamado de Oscilação Sul/ENSO; o primeiro é um fenômeno de aquecimento, enquanto o segundo é um fenômeno de resfriamento.

Ambos ocorrem um após o outro, embora muitas vezes haja processos de condições neutras entre eles.

Episódios de El Niño normalmente ocorrem a cada dois a sete anos, com episódios de La Niña e condições neutras prevalecendo no intervalo.

Conhecido por aquecer as águas do Pacífico, tem um impacto decisivo na temperatura e regime de chuvas em muitas partes do mundo, onde dá origem a eventos climáticos extremos, como secas, inundações e tempestades.

Os especialistas consideram que suas manifestações e repercussões nunca são idênticas, pois os padrões típicos gerais aumentam a previsibilidade das consequências regionais.

A abordagem da FAO é mapear as mudanças nas condições da vegetação em terras de cultivo em todo o mundo, a fim de identificar as áreas de maior risco (onde as condições de seca afetam todo o ciclo da cultura) e orientar o tipo de intervenção a ser realizada.

De acordo com os procedimentos operacionais padrão do Comitê Permanente Interinstitucional das Nações Unidas para Ação Precoce em eventos El Niño, os esforços preventivos progridem de acordo com a probabilidade de que um evento El Niño esteja em andamento.

Para isso, a FAO, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) estão monitorando a situação junto com outros parceiros para identificar o que estarão em maior risco no final do ano.

Segundo as previsões, enquanto as chuvas trarão grande alívio para os agricultores da Argentina e do Oriente Próximo, o El Niño também pode provocar inundações severas que podem prejudicar a agricultura e aumentar o risco de doenças.

Este perigo é bem real para a África Oriental, vítima há quatro anos de défices extremos de chuvas e que, em todo o caso, vai precisar de muito tempo para recuperar mesmo que as chuvas voltem finalmente.

Austrália, Brasil e África do Sul, principais produtores e exportadores de cereais, estão entre os países em risco de seca, assim como muitas outras nações da África Ocidental e Central, Sudeste Asiático e Caribe.

O risco reverso de chuvas excessivas paira sobre exportadores da Argentina, Turquia e Estados Unidos, além de países da Ásia Central.

Como o El Niño é um fenômeno de aquecimento, espera-se que as temperaturas globais aumentem nos próximos anos.

“Há 93% de chance de que pelo menos um ano entre 2023 e 2026 seja o mais quente já registrado e 50% de chance de que as temperaturas globais subam temporariamente para 1,5 grau acima da média da era pré-industrial”, apontam. fora da OMM.

o homem.

arb/crc/ml

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