Apesar das evidentes conquistas na diminuição dos homicídios e na redução do perigo representado pelas quadrilhas, o acadêmico e especialista em criminologia Carlos Carcach avaliou que a falta de reação desses grupos indica a possibilidade de algum tipo de negociação entre eles e o governo.

Carcach adiantou que existe a possibilidade de ainda estar em curso uma negociação com grupos criminosos e que, se esta não for bem sucedida, no futuro o país poderá voltar a enfrentar elevados índices de homicídios, como ocorreu em 2015, alertou.

Sobre o assunto, a organização Socorro Jurídico denunciou a prisão indiscriminada de pessoas suspeitas de serem integrantes de gangues, tema que hoje preocupa o país.

A entidade de defesa dos direitos humanos indicou que pelo menos 20.000 dos cerca de 68.000 presos pelas autoridades não são membros de gangues, algo que coincide com relatos de outras fontes, que indicam que em muitas ocasiões a polícia e as Forças Armadas detêm pessoas sem provas fazer parte das gangues.

Por outro lado, o tema eleitoral manteve sua presença na mídia onde surgiram críticas ao voto eletrônico no exterior e à demora na contratação das empresas que implementarão o processo.

Algumas fontes também insistem que uma fraude monumental pode estar escondida por trás desse processo de votação no exterior que pode mudar os resultados das eleições.

A questão da apresentação da candidatura do presidente Nayib Bukele, que já anunciou que aspira ser candidato a um segundo mandato consecutivo, também monopolizou espaços durante a semana, algo criticado pelos opositores porque, segundo eles, viola o que a Constituição estabelece.

Por outro lado, esta semana houve consequências das declarações do presidente da Assembleia Nacional, Ernesto Castro, que disse recentemente que os partidos da oposição desaparecerão do mapa político de El Salvador após as eleições gerais de 2024, uma declaração que levanta questões sobre o futuro da nação, segundo avaliações.

Também foi notícia o apelo do ex-magistrado e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eugenio Chicas, para que os partidos de oposição, de direita e de esquerda, cedam e se abram à opção de uma frente de unidade nacional que lidera um candidato da sociedade civil com chance de derrotar Bukele e Nuevas Ideas para o cargo de presidente.

Por outro lado, a semana fechou com alertas pelo aumento dos acidentes de trânsito e pelo aumento de sua letalidade.

O alto número de acidentes rodoviários deixa mais mortes do que doenças, violência de grupos criminosos e outras causas, mostram relatórios oficiais.

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