Nos últimos dois anos, a situação nacional agravou-se, caracterizada pelo aumento da insegurança, recessão econômica, aumento da pobreza, instabilidade política e ausência de consenso nacional.
O assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021 exacerbou a crise institucional no Haiti, que desde o ano anterior tinha um Parlamento disfuncional após o término dos mandatos de deputados e dois terços dos senadores.
Além disso, o sistema judicial, afetado por greves recorrentes, sofreu a morte do presidente do Tribunal de Cassação, o mais alto órgão judicial do país.
Tudo isso tem um impacto negativo na situação dos direitos humanos e gera violações porque as entidades estatais que devem intervir neste fenômeno não funcionam muito bem, reconheceu Hédouville.
A paralisação do sistema judicial afeta de forma especial a prevenção preventiva prolongada sofrida por oito em cada 10 reclusos no país, apesar das ações que o Governo tenta levar a cabo.
Soma-se a isso a crescente influência dos grupos armados que praticamente controlam a capital e outras áreas dos departamentos Oeste e Artibonite em um reinado de terror responsável pela morte de milhares de pessoas.
Somente nos primeiros três meses deste ano, as Nações Unidas informaram que mais de 1.400 pessoas foram mortas, feridas ou sequestradas no país caribenho.
A organização internacional também alertou para uma nova onda de violência no país, com mais de 600 mortes violentas em abril passado e a resposta de cidadãos que começaram a linchar supostos membros de gangues.
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