Jeddah, Arábia Saudita, 20 Mai (Prensa Latina) A presença do presidente sírio, Bashar Al-Assad, junto com uma ampla delegação oficial de alto nível, concentrou as atenções na trigésima segunda cúpula árabe.
Palavras proferidas por chefes de estado, incluindo os do país anfitrião, saudaram o retorno de Damasco ao seu lugar entre seus irmãos na Liga Árabe.
Estamos satisfeitos com a presença do presidente Al-Assad e esperamos que seu retorno ajude a apoiar este país e melhorar sua segurança, disse o príncipe herdeiro saudita e primeiro-ministro Muhammad bin Salman Al Saud.
Ele pediu para virar a página do passado que impediu o processo de desenvolvimento e para evitar que a região continue sendo um campo de conflitos e guerras.
Por sua vez, o secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Abu Gheit, deu as boas-vindas aos “irmãos sírios” e considerou que hoje, mais do que nunca, existe uma oportunidade a não perder para resolver politicamente a crise síria.
Em seu discurso, o presidente sírio considerou que os grandes desafios e ameaças encerram riscos e, ao mesmo tempo, oportunidades. Hoje, há uma oportunidade para os árabes atuarem com mais força em um mundo que caminha para a multipolaridade, afirmou.
Ele pediu para aproveitar a situação atual para reorganizar e resolver os problemas árabes com a menor interferência estrangeira.
Segundo o governante, as fissuras que surgiram ao longo da última década devem ser resolvidas, sendo que o mais importante é deixar o povo gerir os seus assuntos internos e evitar interferências externas nesses assuntos.
Al-Assad esclareceu que a ação árabe conjunta precisa de visões, estratégias e objetivos comuns que mais tarde se transformam em planos executivos, e a Liga Árabe deve ser um refúgio de agressões e não uma plataforma para conspirações.
Da mesma forma, a declaração final da cúpula congratulou-se com a decisão sobre a Síria emitida pela reunião do Conselho da Liga Árabe em nível ministerial, e espera que ela contribua para apoiar a estabilidade deste país, preservando sua integridade territorial e retomando seu papel natural no mundo árabe. Os esforços árabes para ajudar a Síria a superar sua crise devem ser continuados e intensificados, levando em conta o interesse árabe comum e as relações fraternas que unem todos os povos árabes, disse o texto.
Durante a cúpula, as câmeras capturaram apertos de mão e conversas paralelas pela primeira vez em 12 anos entre o presidente sírio e seu colega egípcio Abdul Fatah El Sisi, e com o emir do Catar Hamad Bin Tamim e o príncipe herdeiro saudita Muhammad bin Salman Al Saud.
A reunião, segundo analistas, foi um sucesso, e a participação da Síria deu certo otimismo sobre a tão esperada unidade árabe, além de mandar um recado aos Estados Unidos de que pressão e pressão não funcionam mais como antes, em um mundo cada vez mais multipolar.
mem/ycv/fm/ans