Especialistas de organizações internacionais e representantes governamentais compartilharam seus conhecimentos e experiências durante o evento, que se realiza na sede da Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Um segmento importante na quarta-feira foi dedicado às formas de cooperação internacional na gestão integrada de riscos e catástrofes naturais e à forma de evitar danos à população e às infra-estruturas dos países.
Estes fenómenos não respeitam fronteiras e estão fora do nosso controlo, razão pela qual a preparação é essencial para os enfrentar, afirmou Mario Lubetkin, representante regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Lubetkin recordou que os choques relacionados com as alterações climáticas duplicaram nos últimos 20 anos, com efeitos muito significativos no domínio da produção e distribuição de alimentos.
Vinte e seis por cento destes danos, acrescentou, ocorrem em países de baixo e médio rendimento, como os desta região, mas quando se trata de problemas de seca, o número sobe para 82 porcento.
Lubetkin lembrou que, só em 2022, o número de pessoas em risco alimentar na região era de pouco mais de 17 milhões.
Por isso, segundo ele, os países da América Latina e do Caribe devem agir com urgência e de forma coordenada para compartilhar experiências e conhecimentos, sendo a cooperação Sul-Sul o principal instrumento para mitigar os danos.
Durante o encontro, a especialista do Ministério do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro de Cuba, Jessie Cotto, partilhou a experiência do seu país, sujeito, como quase todas as do Caribe, ao impacto de fortes tempestades e furacões.
Explicou aos presentes como funcionam os mecanismos de Defesa Civil, onde se integram os órgãos de gestão do governo e da sociedade com planos de formação a todos os níveis e para os vários sectores.
Apesar de ser um país pequeno, disse, a preparação adequada e a informação atempada permitiram salvar a vida das pessoas, os seus bens e os recursos da nação.
Cotto explicou ainda que, apesar de estar bloqueada pelos Estados Unidos, Cuba coopera com os países vizinhos quando ocorre uma catástrofe natural e até presta assistência a lugares remotos através das brigadas médicas Henry Reeve.
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