“É lamentável que alguns colegas não aceitem, que falem de liberdade de expressão e direitos e ao mesmo tempo mintam e censurem ou difamem uma história que não conhecem”, comentou em diálogo com a Prensa Latina.
Convidada para o Mercado de Poesia de Paris, evento inaugurado nesta quarta-feira, e designada sua presidenta honorária, a vencedora do Prêmio Nacional de Literatura e autora de Mississippi; Madre (Mãe); Renacimiento (Renascimento); Mujer Negra (Mulher Negra), Lianas, peces y algas (Lianas, Peixes e Algas), Impresiones (Impressões) e muitos outros, encontrou ao chegar a decisão dos organizadores para retirar essa condição, cedendo à pressão de setores anti-cubanos.
Segundo a também crítica literária e tradutora, o ocorrido pode ser descrito como alarmante e lamentável: o triunfo do ódio sobre a arte.
“Vejo a poesia como um bem comum, uma necessidade de experimentar e trabalhar em prol de um mundo melhor e de justiça social, esse foi o meu recado aqui”, disse a intelectual, que se recusou a participar de outras atividades da 40ª edição do Mercado, cujos administradores também a excluíram da cerimônia de abertura, onde ela havia sido anunciada.
Para Morejón, não existem rancores nem ódios, pautando-se pelos valores supremos do amor, da amizade e da paz.
“Estou na Cidade Luz, que tem sua vanguarda e sempre a terá, grata pela solidariedade e por tantas reações na França e em outras partes do mundo”, destacou.
A poetisa insistiu em seu direito de defender causas justas e que a cultura não seja invadida por ideias fascistas e racistas.
“Sou uma criatura da Revolução Cubana, porque esse processo liderado por Fidel Castro abriu um amplo espaço para camponeses e trabalhadores”, afirmou.
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