O Ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou isto num discurso de abertura do segundo seminário internacional “Implicações jurídicas da Lei Helms-Burton no sistema jurídico dos EUA e o seu impacto à luz do direito internacional”.
Sublinhou que a lei tem por objectivo destruir a livre autodeterminação do povo cubano, bem como confiscar a sua independência. É deliberadamente concebida para causar danos humanitários”, sublinhou.
É curioso, acrescentou, que cinco presidentes norte-americanos se tenham dado ao trabalho de evitar, de alguma forma, um debate rigoroso e aprofundado sobre a lei.
O Comissário observou que a legislação restringe grandemente as transacções comerciais da ilha com empresários e indivíduos norte-americanos, “procura determinar o que é permitido ou não”, disse.
O Comissário afirmou ainda que a lei tenta apresentar o país das Caraíbas como um Estado falhado, a fim de o isolar, demonizar e dar a entender que as medidas impostas unilateralmente são necessárias.
No entanto, Rodríguez assegurou que “a Lei Helms-Burton não serviu para derrubar o governo cubano, nem para desestabilizar o país ou reverter a Revolução Cubana; serviu para gerar sofrimento económico para a população”.
Especificou que o regulamento não só modifica o conjunto de medidas coercivas unilaterais que compõem o bloqueio com uma amplitude extraordinária, como também procura internacionalizá-las, intimidando e coagindo terceiros.
Recordou que durante os momentos mais críticos da pandemia de Covid-19, a nação do Norte intensificou o seu cerco hostil contra a ilha e foi possível verificar os obstáculos deliberadamente impostos para impedir a entrada de material médico na maior das Antilhas.
Entrou em pormenores sobre como, a partir do estudo dos títulos da disposição legal, se pode comprovar o seu carácter inconstitucional no sistema jurídico dos Estados Unidos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros assegurou que o país não desistirá da sua luta, “dado que é nosso dever moral e legal exigir a eliminação do bloqueio, conseguir uma mudança na política opressiva em relação a Cuba e a revogação da lei Helms-Burton”.
O seminário internacional decorre na capital até sexta-feira e conta com a participação de profissionais do direito dos Estados Unidos, Espanha, França e Bélgica.
O evento académico pretende demonstrar o impacto da lei e as
limitações que impõe ao desenvolvimento de melhores relações entre Cuba e o mundo, segundo a professora cubana Desireé Yaguno, membro do comité organizador.
ro/mks/glmv